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Nem sempre é fácil de falar sobre uma demissão

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Nem sempre é fácil falar sobre uma demissão: há muitas coisas em jogo.

Primeiramente, é o nosso ego agindo, querendo manter nos nossos pensamentos o status inabalável de profissionalismo, de confiança, de prestígio. Queremos ser imprescindíveis.

Há também aquele fracasso perante os amigos. Quando somos desligados de uma instituição, não apenas perdemos o trabalho em si, mas toda aquela rede de contatos em torno. Para um pesquisador, por exemplo, é muito importante estar vinculado a uma instituição onde ele possa desenvolver as suas pesquisas, ter acesso a financiamento e material humano.

Sem contar o fracasso perante os nossos familiares, que esperam que a carreira seja uma eterna curva em ascensão, nunca uma senóide com altos e baixos.

As alunas de uma turma para a qual leciono pediram a minha cabeça. Sim, eram apenas alunas. Estranho pensar que as mulheres lutam tanto por espaço, mal sabendo que são maioria nos lugares em geral: às vezes representam a totalidade, noutras maioria simples, noutras maioria absoluta, não importa, pois sempre em maior número.

Quando eu leciono redação, uma das primeiras coisas que ensino para meus alunos é que, para construir um bom texto, faz-se necessário um bom esboço das ideias. O esboço é como estar perdido na selva e, de repente, encontrar uma bússola. Muitos começam o texto fazendo o rascunho; no entanto, como não sabem aonde quererem chegar, apenas perdem tempo por conta da ansiedade.

Um dos temas propostos para o exercício era sobre educação brasileira. Tema aberto, apenas para mapear as ideias. As meninas insistiam que o problema da educação do Brasil é a falta de infraestrutura e a desigualdade social. Apontei muitos momentos da nossa história nos quais pessoas que saíram das classes mais baixas foram capazes de contribuir para a alta cultura (e já escrevi alguns artigos sobre o assunto aqui na Lócus). Bom, saí da sala sabendo que havia criado um problema como a turma. Na semana seguinte, soube do inegociável pedido: a turma me demitiu.

Lembro-me de que até pouco tempo atrás os alunos vinham com certa disposição a aprender. Hoje, aparecem com opinião formada. Legalização das drogas? Terrorismo? Meio ambiente? Há sempre uma resposta para tudo, sem que ao menos tenham lido uma única linha sobre o assunto. O MEC está realmente de parabéns: está educando uma casta de opinadores que nunca estudaram sobre o assunto. Nossos alunos são capazes de opinar sobre qualquer tema.

Recordei da seguinte frase de G. K. Chesterton: “Chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde”. Digo mais: chegará o dia em que seremos severamente punidos apenas por dizer a verdade. Esse tempo chegou!

A sala de aula hoje é isso: um lugar onde não se pode mais dizer a verdade. Cada vírgula precisa ser ponderada. Os alunos se ofendem por serem contrariados. Chamam os pais. Exigem que o professor seja demitido. As instituição ficam na mão desses “consumidores” muito exigentes e obedecem a todas as suas vontades. O sistema, no entanto, mal sabe que está dando um tiro no próprio pé.

É preciso escolher: ou escolhe agir com um bom mocismo politicamente correto e se cala ou vai para a guerra. A situação do ensino brasileiro é essa! Deram poderem para os alunos e eles não sabem o que é melhor para a própria educação. Os alunos se tornaram cães adestrados com filé mignon.

Dizer a verdade pode ser ofensivo. Dizer a verdade pode render uma demissão. Mas é a vida que segue: o mundo é um lugar cheio de oportunidades.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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