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Determinação de Comitê da ONU serviu como peça na narrativa petista

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O Comitê de Direitos Humanos da ONU colheu pedido liminar da defesa de Lula e “decidiu” que o ex-presidente preso participe da eleição presidencial. A notícia causou comoção na esquerda brasileira. As lideranças petistas ficaram descontroladas, tentando convencer o país de que se trata de um fato histórico. A determinação do tal Comitê tem mais significado político do que validade jurídica. Serviu como peça na narrativa petista de transformar seu líder em vitima de um processo de exceção.

Não demorou para que os meios de comunicação fossem tomados por análises jurídicas feitas por esbirros do PT na mundo do direito. A estratégia desses agentes era impor a afirmativa de que o Brasil era obrigado a seguir a deliberação. Nada mais falso. Em minha página no Facebook, afirmei que a determinação tinha tanta validade quanto um decreto de Rei Momo.

O fato é que o Comitê de Direitos Humanos não arbitra absolutamente nada. Trata-se de um órgão formado por especialistas independentes. Não pode ser confundido com o Conselho de Direitos Humanos da ONU, este sim uma instância de alto nível dentro da entidade. O que ocorreu foi a emissão de um parecer de caráter liminar. Não há absolutamente nada de vinculante nele e nenhuma obrigatoriedade de cumprimento do que quer que seja. Em nome da soltura de um bandido condenado, a esquerda parece desejar que o país submeta sua soberania nacional às ordens de um corpo diplomático de terceiro escalão.

Quando a defesa de Lula tentou recorrer a ONU, sabia que o efeito prático de tal ação seria nenhum. Apostavam no uso político de uma eventual decisão favorável, como acabou acontecendo. Desde a condenação por Sérgio Moro, Lula vem sendo apresentado internacionalmente como um perseguido do Judiciário. No artigo que assinou no New York Times, o ex-presidente deixa clara essa linha. Seguem trechos:

Os conservadores do Brasil estão trabalhando muito para reverter o progresso dos governos do Partido dos Trabalhadores, e eles estão determinados a nos impedir de voltar ao cargo no futuro próximo. Seu aliado nesse esforço é o juiz Sérgio Moro e sua equipe de promotores, que recorreram a gravações e vazamentos de conversas telefônicas particulares que tive com minha família e com meu advogado, incluindo um grampo ilegal. Eles criaram um show para a mídia quando me levaram para depor à força, me acusando de ser o “mentor” de um vasto esquema de corrupção. Esses detalhes aterradores raramente são relatados na grande mídia.

Moro tem sido celebrado pela mídia de direita do Brasil. Ele se tornou intocável. Mas a verdadeira questão não é o Sr. Moro; são aqueles que o elevaram a esse status de intocável: elites de direita, neoliberais, que sempre se opuseram à nossa luta por maior justiça social e igualdade no Brasil.

Segundo o apenado que quer voltar ao poder, Moro seria parte de uma engrenagem golpista que envolveria “conservadores”, “mídia de direita”, “neoliberais” e até o governo Temer, que, ironicamente, é composto por inúmeros investigados pela Lava Jato. É uma teoria conspiratória capaz de fazer o Cabo Daciolo parecer um pesquisador sério.

A condenação de Lula pelo TRF-4 inviabilizou sua pretensão eleitoral. Foi enquadrado pela Lei do Ficha Limpa, que ele mesmo sancionou quando era Presidente. Tudo isso, entretanto, é secundário. A esquerda está mais preocupada em criar imagens históricas de longo prazo do que obter cargos momentâneos. É por isso que o PT força a participação de Lula nas eleições, mesmo sabendo que isso é inviável do ponto de vista legal.

Lula tem essa força política pela mitificação de sua trajetória e pela mistificação de suas ações no governo. Agora, o projeto é transformá-lo em mártir da democracia, mesmo sendo ele um corrupto. Ao atender a petição do ex-presidente, o Comitê de Direitos Humanos da ONU aceita protagonizar um papel patético e menor na narrativa empulhadora do PT.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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