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Contra a produção: a polêmica com o uso do glifosato na agricultura

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A agricultura brasileira é reconhecida mundialmente como uma das mais corretas ecologicamente, mais eficientes, mais limpas, mais bem preservadas e uma das mais produtivas. Vale lembrar que, ao contrário do que muitos pensam, os solos do Brasil são, de modo geral, muito pobres em nutrientes. Embora tenhamos uma das mais rígidas e mais “avançadas” leis ambientais do mundo, chegamos nesse patamar graças a várias tecnologia de cultivo, que vão desde o plantio direto ( a maior revolução da agricultura brasileira) até a biotecnologia, obtendo-se o máximo com a soma das duas.

Essa aliança entre plantio, produtividade e preservação só foi possível com o inicio do plantio direto, difundido no fim dos anos 80. Mesmo assim, somente obteve a real funcionalidade com a redução drásticas dos herbicidas de solo no fim dos anos 90, com a entrada da soja transgênica do país, que possibilitou a aplicação de um herbicida não-seletivo (tem efeito sobre todos as plantas), o Glifosato, sem causar dano a soja.

Uso de glifosato na lavoura (Imagem: arquivo Só Notícias)

Num passado não tão distante, colhia-se a soja em meio a pés de picão-preto, saco-de-padre, caruru, amoroso, um sem fim de espécies invasoras, que limitavam a produção a menos de 40 sacas, com pelo menos 3 a 4 aplicações de herbicidas seletivos, altamente danosos ao solo, que não apresentavam eficácia suficiente, além do elevado custo. Na virada do ano 2000, com o plantio das variedades transgênicas, começaram a aparecer as lavouras limpas, sem plantas invasoras na colheita, com duas aplicações de glifosato, a um custo razoável. A produção, assim, pode alcançar os 50 sacos – uma verdadeira revolução na agricultura. 

A entrada do glifosato e dos transgênicos foi um dos reais responsáveis pelo sucesso do plantio direto. Esse tipo de manejo, que visa a integridade do solo removendo os serviços de gradagem e aplicações de herbicidas de solo, só conseguiu atingir o máximo do seu potencial com esses adicionais –  afinal, revolver o solo era uma maneira de controle de plantas invasoras pré-plantio (e uma ótima forma de açorar rios e vertentes).

Todo esse processo – adoção do plantio direto e entrada do transgênico e manejo com glifosato – foi o responsável por alçar o Brasil ao patamar que se encontra hoje, como um dos maiores produtos de grãos e proteína animal, ecologicamente correto, do mundo. Porém, novamente, tudo se encontra na beira do precipício.

Com a adoção de uma legislação ambiental mais rígida, os processos de liberação e uso de defensivos agrícolas ficaram mais lentos, de difícil compreensão e acompanhamento pela população. Ocorre que, por falta de “tempo”, organização ou qualquer outra desculpa, a Anvisa esqueceu de revalidar o uso do herbicida glifosato no país. Sim, um dos elementos do tripé produtivo brasileiro está para ser amputado.

Devido a lentidão normal do funcionalismo público brasileiro, a antiga licença expirou, sendo dado logo um parecer de uma juíza (não seria prudente questionar a ligação ambiental desta?) obrigando Anvisa a terminar o processo de validação do novo registro com pena de proibição do uso do ingrediente ativo Glifosato em qualquer produto. O prazo termina dia 03 de setembro deste ano.

Setembro é o mês em que se encerra o vazio sanitário (época em que é proibido o cultivo de determinada cultura) em grande parte do Brasil, é o mês que se inicia o plantio no Mato Grosso, é o mês que se costuma iniciar processo de dessecação nos estados do Sul. O glifosato é chave desse plantio, dessa dessecação, e corremos o risco de ficar sem ele.        

Estamos falando de 35 milhões de hectares de soja, produzindo cerca de 117 milhões de toneladas do produto. Produção essa que salvou a balança comercial inúmeras vezes nos últimos tempos, produção que alimenta o maior rebanho do mundo, produção que sustenta um dos maiores números de emprego no país.

Ao mesmo tempo em que a juíza proibia o uso por descaso da Anvisa, um caso de câncer por “uso extensivo de glifosato” estava sendo julgado nos Estados Unidos. O parecer favorável à condenação da empresa Monsanto, que vendia o produto lá, caiu como uma bomba nos ativistas do Brasil. Surgiram especialistas em todo o canto falando dos problemas do uso do produto em questão – produto que nunca fora comercializado no Brasil, pois nossa legislação não permite a aplicação sem material de segurança. Mesmo assim, o respectivo produto usado era vendido em mercados, na mesma forma de um spray de limpeza. 

O cenário é pavoroso. “Especialistas” de internet, dominados pela filosofia política do ambientalismo (sim, ele é uma ferramenta de controle político), junto com ativistas judiciários, estão colocando talvez o último pilar econômico brasileiro para demolição. Estão sacrificando três décadas de avanço produtivo e sustentável por aversão a uma molécula que é liberada em todo o mundo. De Japão a Inglaterra, passando por Israel e EUA, todos usam formulações com o glifosato.

Estamos entrando em dias nebulosos. O mesmo judiciário que proibiu será o caminho para o uso. Teremos aquela velha briga de pedidos, produtores pedem via judicial o uso, ganham a liberação por uma semana, a liminar cai por conta de ativistas, ficam sem usar o produto, novamente interpelam outra liminar, cai de novo por ativismo e assim vamos passando um mês após o outro, da mesma forma que se encontra o Gramoxone hoje. Segurança nula para quem produz, segurança zero para quem importa e vende o produto, muitas palmas de globais e ativistas para a proibição e a chance ímpar de tentar quebrar a agricultura no país. A desorganização do sistema público sempre foi notória, mas colocar toda uma cadeira produtiva em xeque é algo sem precedentes.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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