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Ignorem Marilena Chauí: O manual brasileiro para desperdiçar energia com discussões sem resultado

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Por favor, ignorem Marilena Chauí, ou “O manual brasileiro para desperdiçar energia com discussões sem resultado”

Em recente entrevista ao canal de Youtube “Nocaute TV”, a já conhecida filósofa Marilena Chauí fez algumas alegações que beiram o abismo da insanidade. “O Juiz Sérgio Moro é um homem treinado pelo FBI”, “A Lava Jato é o prelúdio de destruição da soberania brasileira para os séculos 21 e 22”.

Um grande questionamento é saber com qual embasamento Marilena tira estas conclusões, especialmente visto que Sérgio Moro é Juiz Federal desde 1999. Sendo funcionário público, seria bastante complicado um treinamento americano dentro de sua rotina, que já contempla uma agenda bastante cheia. Ademais, é bastante difícil associar uma investigação sobre corrupção feita pela polícia federal à uma estratégia de dominação estrangeira… mas vá entender.

Até aí, tudo bem. Marilena está no seu livre direito de se expressar, o que deve ser totalmente respeitado. Mas, fato preocupante, no momento seguinte começaram a pipocar matérias em todos os sites, portais, páginas de Facebook e canais de Youtube comentando a bizarra entrevista, em todas as correntes de pensamentos: liberais, conservadores e esquerdistas, todos em polvorosa. Uma pesquisa rápida no Google retornou 21000 resultados, estando inclusos alguns os maiores portais de notícias do país, como Folha de SP, Estadão, Extra, O Globo, o portal liberal “ILISP” e o site governista “Brasil 247”.

Vendo desta forma, esta entrevista é algo muito relevante, certo? Grande, grande erro: o que Marilena Chauí fala ou deixa de falar é (ou deveria ser) tratado como insignificante. Você poderia perguntar “por quê?”. Bom, vamos dar alguns exemplos, algumas citações da própria intelectual com os quais podemos chegar  à essa conclusão:

Quando Lula fala, o MUNDO se ilumina” – Em Declaração à Folha de SP, 2013

“É porque eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista…” – Em lançamento de livro de Emir Sader, 2013

Se não devemos levar à sério pérolas deste calibre, porque deveríamos dar atenção ao restante? Prossigo portanto, com um singelo pedido: Não dêem a Marilena Chauí uma importância que ela não tem. É uma perda de energia enorme discutir este tipo de afirmação, sem nenhuma base na realidade.

Há problemas muito maiores a se resolver, que não recebem nem metade da importância das mídias, sejam elas quais forem. No ranking mundial da corrupção, o Brasil está na posição 76 entre 168 países. Pagamos 37% de imposto ao ano, com retorno de péssima qualidade. Estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro estão indo à bancarrota sem nenhuma ajuda do governo, enquanto este perdoa dívidas de quase 1 bilhão de ditaduras africanas.

A máquina pública brasileira é uma das mais caras do mundo, gastando (ou desperdiçando, dependendo do ponto de vista) R$ 31,6 bilhões ao ano. Sim, este é o valor gasto anualmente apenas para manter Brasília funcionando! Quer dizer, “funcionando” não seria o termo correto… mas isto fica para outra análise. O fato é que todos estes problemas podem ser atenuados ou resolvidos. Desde que classe política, mídia e povo se unam para resolvê-los, uma vez entendendo a importância dos mesmos.

A conclusão é de que toda esta energia despendida, tanto da mídia, quanto dos políticos, intelectuais e do próprio povo, deveria ser colocada não sobre declarações polêmicas e suas consequências mínimas para a política atual. Ela pode e deve ser melhor aplicada, para que o país retome o rumo da prosperidade.

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