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Eduardo Leite deixa o Rio Grande do Sul de portas abertas para a sexualização da infância

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Governador ficou indignado com o veto de prefeitura catarinense contra a realização do projeto Ações para Existir e o Criança Viada Show

Como se não bastassem todos os problemas do Rio Grande do Sul e o caos provocado pela pandemia, Eduardo Leite continua na busca de outras brigas para aparecer no cenário nacional, misturando seus desejos pessoais com o trabalho que aceitou em 2018: governar o Rio Grande.

Entenda o caso

Um projeto artístico com o título “Criança viada show – vídeo e podcast”, do proponente Daniel Olivetto, foi selecionado no edital 011/2020 da Prefeitura de Itajaí e contemplado com o valor de R$ 10 mil, recurso da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc. O documento com o resultado do certame foi publicado em 4 de dezembro de 2020.

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Com o início da divulgação da live por parte dos organizadores , as redes sociais reagiram negativamente ao conteúdo. Vários políticos usaram o Twitter para falar sobre o projeto, sendo o ápice uma sequência de tweets do Secretário Especial de Cultura do Governo Federal, Mário Frias:

“É lamentável que os recursos, repassados devido a imposição da Lei Aldir Blanc, sejam usados para fins políticos/ideológicos, e não para seu real motivo, o financiamento da cultura.”

“A lei não me permite controlar os editais lançados pelos estados e municípios, mas, para mim, há um claro desvio de objeto, e a aplicação do recurso com conteúdo que não tem a ver com as manifestações culturais.”

“Roda bixa, roda hétero ou roda alienígena não tem relação com os aspectos e manifestações da nossa cultura. Verificarei mais a fundo essa questão, para ver como será juridicamente possível garantir que os recursos da cultura não sejam aplicados para outros fins.”

Com toda a repercussão do caso, o prefeito de Itajaí determinou a suspensão da exibição da live do projeto cultural “Ações Para Reexistir” e destituiu os membros da comissão responsável pela seleção.

Verdade seja dita, o prefeito levou mais de 5 meses para saber da existência do projeto ou pelo menos considerar ruim o conteúdo.

O projeto

Segundo o próprio site:

Primeira ação do projeto “Ações para Reexistir – Pesquisa e Criação Interdisciplinar”, desenvolvido pelo ator Daniel Olivetto desde 2019, “Criança Viada Show” é um podcast/webserie que reflete de forma divertida e sensível sobre traumas de infância, resistência LGBTQIA+ e sobre uma possível reconstrução do passado.

Nesta série, destinada ao público adulto, Daniel Olivetto, artista e produtor cultural gay, busca estreitar laços com outros artistas gays de diferentes linguagens que em sua produção são atravessados por temáticas de gênero e sexualidade e/ou pela pesquisa sobre memória e representatividade LGBTQIA+. O podcast/webserie foi criado por Olivetto em parceria com a musicista, sound designer e iluminadora Hedra Rockenbach, que assina ainda a ambientação sonora e a finalização de áudio e vídeos dos episódios.

Integram a programação como convidados os atores Jônata Gonçalves e Renato Turnes, o artista visual Osmar Domingos, os atores-dançarinos Mauro Filho e Leandro Cardoso (Karma Coletivo) e o ator Arthur Gomes, também conhecido como Drag Suzaninha.

Ou seja, o “Criança Viada” é apenas a primeira ação de algo maior, já em desenvolvimento desde muito tempo. O domínio do projeto foi registrado na internet em novembro de 2019. A transmissão cancelada seria no sábado, 15 de maio.

A reação do organizador

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Comunicado oficial – Criança Viada Show. Acesse neste link.

Daniel Olivetto postou um longo desabafo em vídeo no Facebook. Explica o que é o projeto e reclama de distorções sobre o termo “Criança Viada”, originado em um Tumbler criado pelo artista Iran de Jesus Giusti em 2012, o qual – segundo ele –  “diferentes adultos, de diferentes partes do país, postavam fotos divertidas suas de crianças em poses afeminadas, com trejeitos afeminados, fazendo uma brincadeira com o processo que é altamente traumático para nós artistas e pessoas homossexuais”. Daniel segue com considerações sobre a infância e relembra a censura da Queermuseu no Santander Cultural. “A gente vira alvo fácil de grupos conservadores que querem distorcer esta noção”, adicionou o artista e ativista, que trabalha com teatro para crianças e afirma que o “Criança Viada” foi feito por adultos para adultos”, com muito cuidado.

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Nota de esclareciemto do projeto: “Somos artistas, somos gays, somos pesquisadores, somos produtores, somos resistência”.

O projeto é ideológico

Por trás desta simples live, uma forte camada ideológica explícita em todos os canais, próprios ou endossados, relacionados ao trabalho. Ainda no site oficial, o Criança Viada lembra que o título é um termo polêmico e distorcido em tempos de fascismo. Para o site Diversar, Daniel disse que “A gente mergulhou nessas memórias e percebemos que tivemos a chance de reconstruir nossas vidas. Isto por si só representa muito. Vivemos no país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. Chegar à vida adulta e poder falar sobre isto é um privilégio e um dever”. O mantra dos ativistas e até mesmo da Rede Globo que repete eternamente que o Brasil é o país que mais mata LGBTs já foi desmentido até por agências de checagem (aquelas agências que dizem o que é certo ou errado nas redes sociais).

 

Eduardo Leite não gostou

O lamento da distante Itajaí ecoou no Palácio Piratini. Eduardo Leite deu uma pausa nos seus afazeres para dedicar solidariedade aos ativistas gays de Santa Catarina e publicou no Twitter que lamenta a “censura” e vai colocar os órgãos culturais do estado à disposição do projeto.

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O lamento de Eduardo Leite e a promessa do uso dos nossos recursos para fazer justiça ao projeto. Incrível.

Resumindo

É notório que os ativistas estão colocando suas crenças e visão de mundo na arte, e não há qualquer problema nisso. Todo dia somos bombardeados por opiniões divergentes, estúpidas ou que valem uma discussão, dentro do ambiente democrático. O problema está na forma ambígua da apresentação (ainda que os responsáveis se desdobrem na retórica) ao misturar com deboche os temas infância e sexualidade, dentro de um contexto onde o fechamento da Queermuseu – aquela proposta de exposição sexual e profanação de símbolos religiosos com porteira aberta para o público infantil – por exemplo, é condenado.  É impossível dar o benefício da dúvida.

E, por falar em dúvida, toda esta discussão surgiu por conta do uso de R$ 10 mil em dinheiro público? Se fosse dinheiro privado, tudo estaria ok? É hora de fazer uma reflexão sobre a vigilância e a defesa de pautas conservadoras (no real sentido da palavra) que só aparecem quando alguém fala na rede social.

Bônus especial

Wesp, preocupado com as crianças em novembro de 2018. Fonte: Instagram.

Devemos esperar sentados o pronunciamento do “deputado por Passo Fundo” Mateus Wesp condenando o posicionamento do governador e colega de partido? Wesp fez carreira na defesa da família, contra a ideologia de gênero e assuntos correlatos, em apaixonados discursos pelas tribunas locais. Quem viveu, lembra.

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Bolsonarismo gera enxurrada de visualizações nos cortes do debate com os candidatos ao governo RS na Band

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Vídeos postados no Youtube com conteúdo protagonizado por Onyx Lorenzoni no canal da Band RS têm desempenho superior aos demais

A Rede Bandeirantes realizou na segunda, dia 8 de agosto, o primeiro debate com os candidatos ao governo gaúcho nas eleições de 2022. Participaram oito dos dez concorrentes: Vieira da Cunha (PDT), Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luis Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (PL), Ricardo Jobim (Novo), Roberto Argenta (PSC) e Vicente Bogo (PSB).

O debate teve uma duração de duas horas e você pode conferir na íntegra no link abaixo:

Costume tradicional nos podcasts, os “cortes” ganharam vida também nos canais das TVs na internet. Eles são momentos especiais do conteúdo escolhidos pelos editores e repostados no Youtube. Como estes pequenos vídeos são protagonizados por um candidato em especial ou representam tópico específico – muitas vezes apoiado pelo texto escolhido para a miniatura – acabam virando um termômetro da popularidade dos candidatos nas redes.

A Band postou cerca de 30 cortes após o evento e a diferença de visualizações entre eles é gritante, com grande predomínio dos vídeos favoráveis a Bolsonaro. Foram 24 destaques do debate e 8 considerações finais. O vídeo mais visto até o momento da edição deste texto foi o “Edegar Pretto (PT) questiona Onyx Lorenzoni (PL) sobre rompimento com Eduardo Leite”, com 706 mil visualizações, 28 mil curtidas e 3.865 comentários. Apesar de ser o “momento” do candidato petista perguntar ao bolsonarista, a “miniatura” que divulga o corte mostra Onyx com a frase “Ou tá com Lula ou tá com Bolsonaro”.

 

Os cortes do segundo ao quarto lugar também são identificados com Lorenzoni, obtendo 67 mil, 21 mil e 16 mil visualizações. Até nos vídeos de “considerações finais” o candidato do PL ficou na frente: 3800 contra 511 de Eduardo Leite.

Onyx líder nas miniaturas

O arranjo descompassado entre protagonista do corte (ou quem pergunta para o concorrente) e a miniatura que divulga o vídeo – escolhas dos editores da Band – acabou por favorecer o candidato do PL. Foram 6 “figurinhas” para Onyx, 4 para Jobim e Vieira, 3 para Argenta, 2 para Bogo, Leite e Heinze e apenas uma para Pretto. Os vídeos, por sua vez, são equânimes: cada candidato perguntou 3 vezes para um concorrente. O petista Pretto fez perguntas para Vieira, Heinze e Lorenzoni, mas só virou figurinha quando indagado por Bogo.

Em tempos de algoritmos com critérios que só os desenvolvedores das bigtechs conhecem, esta forma de publicação pode distorcer um pouco a percepção da realidade e desempenho de candidatos. De qualquer forma, é pouco para explicar o enorme sucesso de Onyx em visualizações. O conteúdo do candidato, provavelmente, caiu na rede bolsonarista nacional, que admira o confronto contra o PT, especialmente pelo mote “Está com Lula ou Bolsonaro”. Existe significativo número de comentários nos vídeos de pessoas que dizem não serem do Rio Grande do Sul, mas apoiam o que foi dito.

Por fim, surpreende o desempenho pífio de Eduardo Leite com a audiência. Dos seus três pronunciamentos publicados, um serviu de escada para Onyx faturar 67 mil visualizações (O Senhor Priorizou um Projeto de Poder) e “traço” com os temas geração de emprego e investimento em segurança.

A eleição nem começou, mas a Band deu o tom. Os cortes serão uma ferramenta importante na divulgação dos canais e os candidatos devem correr na frente para fabricar os próprios, com o mesmo conteúdo mas com o tom que lhes favoreçam. E o eleitor (que vota no RS) que decida pelo melhor.

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Rei do marketing: deputado exagera em panfleto distribuído em Passo Fundo

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Mateus Wesp quer a marca do “deputado que trouxe mais de meio bilhão” para a cidade, incluindo até dinheiro federal do aeroporto

Passo Fundo recebeu um impresso do deputado estadual Mateus Wesp na última semana. De título “Prestação de Contas (2019-2022) – O Trabalho do Deputado que Trouxe Mais de Meio Bilhão de Reais para Passo Fundo e Região”, o panfleto amarelinho de 10 páginas apareceu na caixa de correio de muita gente na cidade.

Panfleto Wesp

Wesp e seu panfleto amarelo: uma lista de conquistas heróicas.

A distribuição maciça do material coincidiu com a visita a Passo Fundo do ex-governador Eduardo Leite (sexta, 22 de julho) e com uma festa de aniversário para deputado em CTG, na presença de tucanos estaduais.

A Lócus teve acesso ao livrinho, o qual lista realizações do deputado, envios de verbas e mostra como o político tem (ou teria) ótimas relações com o Executivo, que dá atenção para seus pedidos especiais. Tudo acompanhado do bordão “Sem deputado Wesp / Com deputado Wesp” a cada item.

Depois de elencar milhões aqui e ali em emendas e programas governamentais para a saúde da região, a página 2 destaca algo curioso: “a pedido do deputado”, escolas de Passo Fundo, Carazinho, Getúlio Vargas e Soledade foram inseridas no “Programa Avançar na Educação”, escolhidas entre outras 54 para se tornarem “Escola Modelo”.

Acima: dinâmica e cidades das escolas escolhidas para integrarem o programa “Escola Padrão”, segundo documentação do Governo RS.

É de se espantar que o Executivo, com equipe técnica na área da educação, economia e tantos outros departamentos da máquina pública na mão receba de um deputado seleção de escolas para programas. Mais estranho ainda é consultar a documentação do Programa Avançar Na Educação e constatar que o programa Escola Padrão selecionou 52 escolas a partir do Índice de Infraestrutura das Escolas, calculado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG), garantindo pelo menos uma escola por Coordenadoria Regional e preferencialmente sem projeto ou obra em execução e mais 3 indígenas e uma quilombola.

Responsável por tudo

O deputado segue dando a entender que tudo de bom é causado por seu mandato. A fazenda da Brigada Militar arrendada? Obra de Mateus Wesp. A Cadeia Pública? Obra de Mateus Wesp. Estradas? Turismo? Tudo era mato antes de 2019. Paulo Maluf está orgulhoso do deputado gaúcho, esteja onde estiver.

Wesp Estradas

Rei do marketing: sem o deputado Wesp, pessoas morrem nas estradas. Graças a ele, tudo melhorou ou vai melhorar.

Aeroporto de Passo Fundo e Impostos

Wesp fez a obra sair do papel e desembarcou com o governador Eduardo Leite por aqui para dar a ordem. No imposto de fronteira, por ter votado sim ao fim da cobrança (assunto polêmico, já que outras forças políticas declaram que não foi bem assim) – o deputado também se considera responsável por tal feito. Ele também significa “contas em dia” e outras diversas benesses.

Wesp e Leite: nunca antes na história deste Estado.

 

Meio bilhão

O panfleto acaba com uma lista de valores precedida pelas afirmações “Nunca um deputado estadual e um governador trouxeram tantos investimentos para Passo Fundo e região. Total de investimentos: mais de meio bilhão de Reais”. No tabelão de emendas e recursos, os destaques somam R$ 551 milhões. Entre eles, o dinheiro federal para a reforma do aeroporto Lauro Kortz – a cereja do bolo neste conjunto de exageros, promoção pessoal e um festival de dados sem referência. Ainda bem que o o material deixa uma última mensagem: pago com recurso próprio. Imaginem isso tudo financiado pelo dinheiro dos pagadores de impostos? Aí seria demais.

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Wesp está na liderança dos gastos com diárias na Assembleia em 2022

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wesp está na liderança

Neste ano eleitoral, avançam os gastos com diárias na Assembleia e o líder até o momento é o deputado de Passo Fundo

O deputado Mateus Wesp (PSDB) já recebeu mais de R$ 27 mil em diárias até o momento na Assembleia Legislativa. Segundo a Transparência do Governo RS, os valores são referentes a viagens entre janeiro e junho deste ano, com diárias lançadas no “futuro” para duas empreitadas no RS, provável erro no sistema. O valor deixa o deputado na liderança dos gastos, seguido por Elton Weber (PSB) com R$ 26 mil e Antônio Valdeci Oliveira (PT) com R$ R$ 25 mil.

Todo o Legislativo gastou R$ 1,5 milhão em 3819,5 diárias até o momento.

A metade dos gastos de Wesp ficou por conta da viagem com destino aos Estados Unidos em março, para acompanhar Eduardo Leite. O deputado visitou Nova Iorque, Austin e Washington. A presença de alguém do Legislativo em comitiva de “exibição de potencialidades e conhecimento de novas tecnologias” é, no mínimo, discutível. As 7 diárias ficaram em R$ 14.358,68.

 

Wesp viajando

 

Em 2021, Wesp consumiu R$ 17 mil em diárias (29), contra R$ 12 mil em 2020 (20) e R$ 24,6 mil em 2019 (30,5). O deputado encerrará o último ano com o maior gasto durante o mandato e talvez como campeão entre todos os políticos da casa.

Wesp está na liderança

O deputado por Passo Fundo Mateus Wesp já apareceu em diversos levantamentos da Lócus sobre gastos com diárias e gasolina, sempre ocupando boas posições (para o deputado, nem tanto para o contribuinte). Você pode conferir alguns destaques aqui, aqui e aqui.

diárias 2022

Diárias consumidas até o momento e registradas no Portal da Transparência, para todo o Poder Legislativo. Acesse aqui o portal. Em 2021 INTEIRO, os gastos foram de R$ 1,91 milhão para 4566 diárias.

“Ah, mas eu trago recursos”

Muitos dos políticos confrontados com o alto gasto em viagens respondem que “estão trabalhando” e “trazendo recursos”, termo para fazer o que tem que ser feito e retorno dos impostos já pagos pelo contribuinte. A diária acaba virando uma espécie de comissão pelos serviços prestados que é adicionada ao já gordo salário. Outra coisa ainda mais séria e já falada por aqui: e quando o político tira diária e gasolina para viajar e gasta metade do tempo em evento partidário na cidade destino? Isso não tem cabimento, mas acontece muito.

É bom ficar de olho em todos, de Porto Alegre e de Passo Fundo.

 

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