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O problema não é o sistema político e sim o estatismo

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As soluções erradas encontradas para a crise política são resultado do contexto de verdadeira paranoia em que nos inserirmos. A Lava Jato, a despeito de seus méritos, tem culpa no cartório e contribuiu de forma inequívoca para que excrescências como o Fundo Eleitoral bilionário e o Distritão fossem discutidas seriamente no Congresso.

Os Procuradores da Força-Tarefa, convertidos em internautas revoltados, passam o dia nas redes sociais apontando o dedo para o Congresso Nacional, para as instâncias de Justiça e para todo e qualquer elemento que ousar contrapor o belo e perfeito ideário de Administração Pública que eles têm em suas cabeças. De investigadores a timoneiros da ética e dos bons costumes da nação. Como se o papel funcional que desempenham os autorizasse a bancar os ombudsmens da institucionalidade. A Lava Jato trocou a produção de provas pela produção de teorias e o combate ao crime pela militância em favor da reforma do sistema.

Os políticos têm influência demais, têm acesso a recursos demais, podem negociar demais. Contam com estatais, autarquias, cargos, instâncias, agências e outros tantos mecanismos que os permitem influenciar até mesmo no rumo da economia. É claro que esse é o ambiente adequado para a troca de favores, para a negociata e para as facilidades. Burocratas se associam aos barões do capitalismo de risco zero para lucrar mutuamente em cima do erário.

No Brasil, impera o pensamento mágico de que novas legislações, novos modelos e mais órgãos de controle resolverão os problemas éticos. Ficamos na abstração e ignoramos a realidade. Legislação, modelo ou órgão algum dará conta do que na base é puro excesso de Estado.

Os moralistas influentes, entretanto, querem mais Estado para combater os vícios do Estado. Teremos apenas mais corrupção e ineficiência. É a idiotia ingênua dos sonhadores servindo aos criminosos perspicazes.

Nota: Na imagem que ilustra a postagem, a escultura “Welfare State: a Human Tragedy”, do artista chinês  Liu Qiang

 Artigo também publicado no Jornal Informante de 01/09/2017

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