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O cercamento hegemônico, a sociedade estafada e o caso Santander

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Aconteceu nesta semana uma reação impressionante de grande parte da sociedade brasileira ao cercamento político-ideológico que massacra o cidadão comum diariamente, seja pela mídia, seja pelos canais culturais disponíveis. A religião política que assola o Brasil desde meados dos anos 1980 mostra sinais de estafa. Ela, desde lá, ocupou praticamente todos os espaços literários, políticos, culturais e acadêmicos disponíveis, construindo uma torre de babel ideológica sem precedentes. Aqui, até então, não pertencer a essa toada cultural fazia do indivíduo algo semelhante aos leprosos bíblicos. Palavras que definiam os “adversários”, que na verdade nem existiam, eram trabalhadas para simbolizar os piores sentimentos possíveis.

Este verdadeiro cercamento ideológico conduz o país para a “normalidade hegemônica”. Ela é tão forte que a própria discussão e a possibilidade de divergir só poderiam vir do mesmo campo político. Era uma disputa sobre quem implanta o mesmo projeto de forma mais pura ou não.

De todos estes espaços tomados, o mais estratégico sempre foi a tomada da consciência infantil. O plano já estava numa zona de conforto tão suficiente que “preparar as gerações futuras” passou a ser prioridade. Assim, sindicatos, professores e o seu produto final, o profissional de “humanas”, fizeram das salas de aulas verdadeiros comitês partidários. Temas socioculturais, travestidos de figuras de linguagem como “cidadania”, foram esgaçados até que se chegasse a um ponto importante na tangibilidade de quem acredita que capitalismo e família são componentes a serem dilacerados “por dentro”, a sexualização de crianças.

Inspirados em autores como Gyorgy Lukacs e Herbert Marcuse, menores de idade foram e são instigados a questionar “opções” sexuais que muitas vezes nem um adulto consegue resolver. A identidade sexual passa a ser um instrumento para obtenção de poder político, uma preparação para o “grande salto”.

Consumimos doses diárias desses retoques hegemônicos ainda, mesmo com a mudança política. Os postos culturais ainda estão todos lá, a pauta dos jornais, as aulas e os emanadores de cultura são os mesmos da Era pré-2013. Acontece que uma hegemonia – e a própria palavra pressupõe isso – sem ser hegemônica, começa a parecer caricata.

A confiança das pessoas nos meios de comunicação tradicionais começou a ruir. Os professores em salas de aulas têm que dar explicações para os pais de seus alunos. Jornalistas são cobrados de forma contundente nas mídias sociais. A reação desse escopo cultural é a pior possível: ataque às mídias sociais, acusações de “retrocesso”, aceleração dos componentes hegemônicos em meio a um ambiente de domínio que não existe mais. Enfim, esta tentativa a fórceps de “reenquadrar” as pessoas no cabresto cultural só aprofundou o problema. É isso que a maioria pensa quando se discorre para fatos ufânicos e construção de figuras de linguagem como “golpe” e afins. Ficou tudo exposto. A máquina não anda mais sem ser percebida. A novela da Globo com uma personagem “trans” no papel principal não parece mais uma simples “causa lateral”: ela é identificada como parte de um projeto e com razão.

Daí nasce mimetismos impressionantes como no caso do Santander: o que o “curador” petista fez a vida inteira e que achava “normal” já não é mais tanto assim. Mas muito mais: a intencionalidade do projeto ligando a mesma questão sexual com crianças da rede de ensino provocou uma justa revolta. A grande massa de alunos que passou ou passaria por ali jamais teria possibilidade de escolha por parte de seus pais. Vamos ser honestos: um pai de família no Brasil passa ao largo desse processo todo, ou não são os próprios professores que se professam “educadores” quando os mesmo não o são? Vejam, a revolta não tem nada a ver com a arte, e sim com aqueles que a utilizam com os mesmo fins políticos de professores e sindicatos. O povo, cansado, e vilipendiado no caso da negativa da ideologia de gênero nas casas legislativas, e que mesmo assim foi implantado por sindicatos, grita em alto e bom som “BASTA”! Obras com explícitas cenas pedófilas (aqui temos que ser honestos, sim, a pedofilia legalizada faz parte do plano, negar não vai adiantar) e também zoofilias despertaram uma repulsa sem igual. Particularmente, acho que dentro deste ambiente de deslocamento cognitivo da hegemonia para a democracia, casos como este vão acontecer em grande volume. E muito mais em virtude do fato de o grupo hegemônico achar que vive na mesma bolha totalitária de outrora.

O caso Santander foi um grito das pessoas contra esse processo que teima em não arrefecer. Não envolve arte, muito menos a “liberdade de expressão” arguida por quem mais tentou um abafa-la na nossa história recente. Os mimetismos são perigosos de todos os lados, mas é hora de falarmos a verdade: existe um destes lados que não pensa em conviver com o outro. É daí que nasce o ódio do sociopata, aquele que fala em fuzila-lo por “um mundo melhor”.

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