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Querendo investigar o ódio nas redes sociais, a “Isto-É” revela o ódio que tem pelos fatos

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Em sua última edição, a revista “Isto-É” traz uma matéria intitulada “Os exércitos do ódio“, sobre a forma como ativistas digitais influenciam as correntes ideológicas na internet. A reportagem, que aborda um tema relevante para as próximas eleições, se perde em uma tentativa patética de parecer isenta. Militantes de esquerda já envolvidos em depredações e atos de violência são equiparados a outros, de direita, cuja atuação se restringe a fazer perguntinhas incômodas.  O texto tenta desenhar um quadro de radicalismo de ambas as partes, ignorando as evidentes diferenças existentes.

Um dos nomes citados pela “Isto-É” é Arthur Moledo, responsável pelo canal de vídeos “Mamãe Falei”. Moledo é descrito como “braço-direito da família Bolsonaro”. Segundo a matéria, ele tem o hábito de, “com a câmera em punho”, “frequentar manifestações políticas”. “Além da presença física em atos públicos, Moledo alimenta uma página no Facebook que possui mais de um milhão de seguidores. Grande parte dos comentários carrega teor discriminatório”, assevera a publicação.

Arthur Moledo poderia muito bem processar a revista por calunia e difamação. Se há uma vítima em seus vídeos é ele próprio, continuamente exposto a todo tipo de ofensas e pancadas. Em mais de uma vez foi retirado com empurrões, socos e pontapés das manifestações onde ousou gravar. Tudo porque fez questionamentos aos militantes políticos que lá estavam e estes não souberam responder. É comum vê-lo cercado por brucutus sindicais e de movimentos como MST e MTST, além de integrantes de partidos políticos de esquerda. A câmera que ele tem em punho apenas registra o ódio alheio, que parece ser ignorado pelos jornalistas da Isto-É.

Aqui um vídeo emblemático do tipo de agressão sofrida por Moledo:

https://www.youtube.com/watch?v=kCQIyfwP5Xw

Outro nome citado é o de Marcello Reis, líder do movimento “Revoltados On-line”. Ainda que seja enquadrado como disseminador do ódio, a matéria não cita em que ocasiões ele teria feito isso. Se alguém já foi vítima de ódio, este alguém é Marcello Reis, que já foi agredido por militantes de movimento sociais na avenida Paulista. Não foi a única vez. Em 2015, Reis apanhou de militantes do PT no lobby do hotel onde o partido realizava seu congresso nacional. Novamente, ninguém na Isto-É lembrou de citar nenhum dos fatos na matéria:

Aqui o vídeo onde Reis é atacado na Paulista:

É pura desonestidade enquadrar Arthur do Val e Marcello Reis na mesma categoria em que estão integrantes do MST detidos portando milhares de reais com origem desconhecida e líderes do Black Bloc, grupo responsável por atos de violência tão graves que resultaram até na morte de um cinegrafista.

Sim, há retórica violenta de direita e esquerda nas redes sociais, mas não na mesma proporção, como força a narrativa da “Isto-É”. Mais do que isso, a violência real é monopolizada pelas esquerdas. Em seus atos, é comum o fechamento de ruas, o confronto com a polícia e a destruição de patrimônio público e privado. Não por acaso, foram estes os que mais fortemente se opuseram à aprovação de uma lei antiterrorismo no país.

No próximo dia 24 de janeiro, grupos esquerdistas promoverão ações em Porto Alegre em virtude do julgamento de Lula pelo Tribunal Regional Federal da 4° Região. José Dirceu, que já foi condenado em duas instâncias na Lava Jato, convocou a tropa para um “dia de revolta”. Em seu site, o MST informa“Não adianta que a Prefeitura de Porto Alegre não autorize o protesto, não adianta o governador colocar toda a sua força repressora nem mesmo que o Judiciário tente impedir o povo de lutar. Vai ter luta, sim, em todo o Brasil no dia 24 de janeiro”. Se a “Isto-É” está preocupada em denunciar o ódio e a disseminação da violência política no Brasil, deveria tratar dessa gente, não do canal “Mamãe Falei”.

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