Passo Fundo

A guerra contra a Havan é uma luta pelo socialismo, bem na sua cara

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Travestida de defesa do trabalhador, a imposição de regras para a operação através do sindicato é pura luta de classes.

O Sindicato dos Comerciários de Passo Fundo colocou condições para o funcionamento da Havan em Passo Fundo. A principal está na obrigatoriedade do fechamento da filial em 7 dias do ano (20 de setembro, 2 de novembro, 25 de dezembro, 1 de janeiro, 1 de maio, domingo de Páscoa e Sexta-Feira Santa), de acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho da entidade com o Sindicato do Comércio Varejista de Passo Fundo.

A Havan está disposta a fechar durante 3 dias do ano, de acordo com a forma de trabalho já em funcionamento em suas dezenas de filiais. Por conta do impasse, a cidade de Passo Fundo poderá amargar a perda da loja, seus investimentos e cerca de 150 empregos diretos. É o sindicato garantindo que pessoas fiquem sem trabalho para que outras trabalhem melhor? Não é bem assim.

O Sindicato dos Comerciários é ligado à Central Sindical e Popular Conlutas (CSP Conlutas), um destes aglomerados sindicais brasileiros – como a CUT – mas com um posicionamento ideológico ainda mais para a esquerda, com grande interferência do PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado.

A Conlutas é reconhecida entre a esquerda como uma ação que inovou ao ir além da questão sindical que todos conhecemos, aceitando filiações de grupos de movimentos sociais e toda sorte de inquietação social. Lá você encontra – no mesmo comando – gente que organiza invasões de imóveis, defesa LGBT, direitos da mulher, aborto, minorias, o que vier. Uma verdadeira sinergia, com vários contatos internacionais.

Compartilhamento de conteúdo da CSP-Conlutas na página do facebook do Sindicato dos Comerciários de Passo Fundo. Parceiros de luta.

Por estatuto, a CSP Conlutas “aceita a filiação de entidades sindicais, oposições e minorias sindicais, organizações de trabalhadores desempregados e desempregadas, de aposentados e aposentadas, movimentos populares urbanos e rurais, organizações do movimento estudantil e movimentos de luta contra as opressões” e “Lutar em defesa dos interesses históricos da classe trabalhadora, tendo como meta o fim de toda forma de exploração e opressão, sempre na perspectiva de uma sociedade socialista, governada pelos próprios trabalhadores e trabalhadoras“. Os grifos são nossos. Atualmente, seu site dá destaque para o tema “Assassinato da Vereadora Marielle”, posições contrárias na intervenção da segurança no Rio de Janeiro, defesa da Causa Palestina e recusa de participar das manifestações pró-Lula. Sim, os caras não alinham com PCdoB, PSOL e PT na defesa do ex-presidente Lula.

Portanto, trata-se de uma movimentação de cunho ideológico, com evidente direcionamento contrário ao livre mercado e a liberdade do indivíduo em escolher onde e como trabalhar, em nome de interesses “de cima”. Os 150 empregos perdidos tornam-se meros roadkills na estrada até o socialismo, doa a quem doer.

Se leis federais dão poder a sindicatos que defendem agendas internacionais como a do socialismo, em detrimento da vontade da maioria dos cidadãos de Passo Fundo e até mesmo (pasmem) vão contra as possibilidades oferecidas pelas leis municipais, é hora de direcionar esforços para mudanças, pressionar políticos e atuar nas mudanças. É a guerra contra o socialismo na prática, exigindo algo além do ativismo de facebook: muito tempo, dinheiro e pessoas. Coisas que a CSP Conlutas parece ter de sobra.

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