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O aumento para os ministros do STF é representativo da cultura dos privilégios

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O Senado Federal concedeu um reajuste salarial de 16,38% para os ministros do Supremo Tribunal Federal e para o titular da Procuradoria-Geral da República. Com isso, a remuneração desses cargos passará de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. O projeto teve 41 votos favoráveis, 16 contrários e uma abstenção. Que trabalhador ganha isso? Qual brasileiro teve um aumento nesse patamar em 2017 e 2018? O Senadores não pareceram interessados nessas perguntas, preocupados que estavam em manter a cultura dos privilégios que permeia a burocracia do país.

Para além do impacto financeiro do aumento, que é estimado  entre R$ 4 e 6 bilhões, também há o fator simbólico. Uma pequena casta de servidores será beneficiada à custa do conjunto da sociedade. Esses agentes, que incluem os togados do STF, não vivem na mesma realidade que a população. O Brasil real, composto por milhões de pessoas desempregadas ou na informalidade, é bem diferente desse Brasil palaciano cheio de mordomias financiadas com o dinheiro dos impostos pagos por esses que estão na rua da amargura.

Os intelectuais de esquerda sempre insistiram na tese de que os empresários ricos exploram os operários pobres. O que existe de verdade é uma elite de dirigentes estatais que exploram empresários ricos e operários pobres.

Ainda que tenha sido ardilosamente colocado em votação por iniciativa do senador Eunício Oliveira, o aumento do salário dos ministros do STF começou a ser parido no meio do ano, quando o Congresso derrubou a proibição de reajuste para servidores em 2019. O dispositivo estava inserido na Lei de Diretrizes Orçamentárias, mas foi alterado para contemplar a gastança. O presidente Michel Temer chegou a vetar essa modificação, mas foi derrotado quando sua decisão foi derrubada pelo Legislativo.

Mesmo com as iniciativas do atual governo, que conseguiu resgatar o país do fosso em que foi jogado pelo PT, o novo presidente herdará uma situação financeira bastante complicada. Jair Bolsonaro chegou até mesmo a criticar o reajuste, afirmando que “o Judiciário é o mais bem aquinhoado entre os poderes” e que via a situação com “preocupação”. Não foi ouvido. Os atuais senadores, boa parte deles não reeleitos, preferiram apostar na irresponsabilidade como forma de punir os eleitores pela decisão que tomaram de enxotá-los da política.

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