PT sendo PT: Vereador critica exclusão do gênero feminino do Código de Ética

De acordo com Neri Gomes, o Código de Ética recentemente aprovado deveria incluir a expressão “vereadora” no texto, isso porque, na atual legislatura, quatro mulheres compõem o quadro de parlamentares

Neri Gomes (PT), que assume o cargo de vereador por 30 dias no lugar de Eva Lorenzato, na sua primeira manifestação criticou a falta de discussão de gênero no Código de Ética da Câmara de Vereadores. Veja, a seguir, o trecho com a fala do parlamentar:

Sua fala ocorreu justamente no dia em que o Código seria votado, depois de cerca de um ano de discussões nas comissões da Câmara de Vereadores de Passo Fundo. Sugeriu a suspensão da votação e remeter a discussão novamente à discussão, o que foi prontamente criticado por alguns vereadores.

Alberi Grando (MDB), líder do governo e presidente da Comissão de Ética, disse que discussão de gênero é desnecessária num Código de Ética, pois o intuito do documento é orientar a conduta dos parlamentares, e não levantar discussões de outra natureza.

Rafael Colussi (União Brasil) lembrou Gomes que o termo “vereador” é suficiente para incluir homens e mulheres, quando a língua portuguesa se vale da forma masculina como uso neutro.

Para Tchequinho (PSC), o Brasil está passando por uma situação crítica em relação às inúmeras reclamações das pessoas. Se incluir o termo “vereadora” no Código de Ética, até o letreiro da Câmara de Vereadores terá que ser mudado.

A fala de Neri mostra algo comum que ocorre na tribuna, não só em Passo Fundo, mas Brasil afora. O vereador/político muitas vezes não teve o tempo necessário para estudar sobre o projeto, mas sente a necessidade de ocupar a tribuna e fala qualquer coisa sobre o assunto. Acaba que ou se expressa em termos gerais, valendo-se de termos-chave (democracia, diálogo, justiça social…), ou acaba fazendo um comentário bastante incoerente, apenas para não deixar passar a oportunidade de dizer alguma coisa.