Passo Fundo

A ajuda milionária da prefeitura vai salvar a COLEURB?

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Valor que a Coleurb deixou de vender para a Prefeitura nos últimos 10 anos é bem similar ao que hoje é ofertado como ajuda via Projeto de Lei

A Prefeitura tem milhares de funcionários e muitos usam vale-transporte para ir até o trabalho, como em qualquer outra empresa. Isso demanda uma compra constante de “passaginhas” na COLEURB e na CODEPAS, mas o uso do benefício não para por aí quando o assunto é poder público.

Além do convencional, o vale-transporte também é uma matéria-prima de, digamos assim, “subsídios sociais” na Prefeitura, como pacientes da área da saúde e outros casos.

No ano de 2013, segundo a Transparência da Prefeitura, a COLEURB recebeu R$ 2.694.282,60, sendo o total empenhado de R$ 3,8 milhões. Nos anos seguintes, as compras de passagens foram ladeira abaixo. Foram 3 anos ainda na casa dos R$ 2 milhões, 2017 com R$ 1,8 milhão e em 2020 chegou a R$ 670 mil.

Se usarmos o ano de 2013 como referência, o período até 2021 representou cerca de R$ 8 milhões em vendas perdidas para (provavelmente) um dos maiores clientes da empresa. Curiosamente, é o valor que a Prefeitura pretende entregar para a empresa a título de ajuda financeira pelo COVID e pela crise do transporte público em geral. Está na justificativa do Projeto de Lei:

 

Veja bem, não é só pelo período pandêmico, mas também pela crise do setor de transportes em geral, em outros anos. Lá se vão 8 milhões. E em 2032? Quanto mais?

Nem vamos colocar na conta o ano de 2022 que ainda não acabou e empenhos costumam “cair na conta” nestes meses finais. Sabemos que a COLEURB ficará com 78% do que for ofertado pela Prefeitura. Sendo assim, é confortável afirmar que o subsídio é muito similar ao que a empresa deixou de vender para o Município no período aqui analisado. Passo Fundo virou uma micro “filial” do Estado que investe pesado para salvar empresas em nome de um suposto “bem comum”, atropelando o progresso sem qualquer escrúpulo. Se o usuário do transporte público não é mais o mesmo e prefere até o Uber, está na hora do mercado se adaptar, e não viver “por aparelhos”, sustentado por políticos que adoram usar o dinheiro dos outros.

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