Passo Fundo

Wesp, escudeiro de Leite, defende aumento de impostos em artigo na Zero Hora

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Texto rebuscado usa até citações bíblicas para diminuir quem é contra a reforma tributária e justificar o Estado como suporte do empresariado

Mateus Wesp é o deputado “de Passo Fundo” e lá em Porto Alegre tem dedicado muito tempo do seu mandato para defender Eduardo Leite na questão do PL 246/2020, de autoria do Executivo. Aquele pacotão que insiste em aumentar o ICMS e cobrar IPVA de carro velho, como bem diz Mateus Bandeira. Apesar do mesmo nome, o ex-candidato do Partido Novo ao governo gaúcho está bem mais próximo da realidade.

Wesp é o escudeiro de Leite, a voz do PSDB na Assembleia e destacado defensor das tentativas de pacotaços do Executivo. A cada derrota entre seus pares, dá um gás na retórica e vai para a mídia tentar convencer a população da eficácia das medidas. Desta vez, saiu das redes sociais e foi para a Zero Hora, com o artigo “Vitória de Pirro dos Opositores da Reforma Tributária”, em 16 de dezembro.

O texto desqualifica os opositores (transformados em alguns gaúchos), critica a venda de patrimônio (privatizações) para uso em custeio e diz que a ideia da redução de impostos em um estado quebrado é fruto de malícia ou ingenuidade. Sim, Wesp é daqueles que consegue xingar os gaúchos com palavras bonitas, enganando os desavisados. E olha que só comentamos a metade do artigo.

A peça segue com a afirmação do Estado como porto seguro do empresariado e encerra com citações bíblicas e a referência ao título: caso os opositores tenham êxito em barrar o pacotaço de Leite, será uma vitória de Pirro, com alto preço e prejuízos.

Wesp já frequentou as páginas da Lócus como gastador de diárias na Assembleia, além de outras incongruências que entram em choque com o personagem liberal-conservador-gravata borboleta que foi criado pelo hoje deputado, em uma época de facilidades identitárias no campo da direita: praticamente bastava xingar o PT para ser entendido pelo eleitorado.

Acima: retirada de diárias do deputado em outubro/2020 e suas postagens em campanha no Facebook.

Alguns anos e um Bolsonaro depois, hoje é difícil situar Wesp, que cita Dráuzio Varella contra si mesmo, ouve demandas de grupos LGBT organizados, vê racismo no caso do homem morto no Carrefour e abre brechas para que entendamos que pratica gastos exorbitantes com o dinheiro público. Um exemplo? Gordas diárias para viagens ao interior do Rio Grande do Sul, em plena época de campanha, enquanto os compromissos exibidos nas redes sociais são de apoio a políticos do seu partido. Ilegal? Certamente que não. Imoral? Alguns gaúchos pensam que sim.

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