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Eduardo Bolsonaro no palanque da CUT

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Semana passada, durante uma entrevista ao vivo na Revista Veja, Jair Bolsonaro anunciou o economista Paulo Guedes como possível Ministro da Fazenda caso seja eleito Presidente em 2018. A informação pegou tão bem que até a Bolsa de Valores, que operava em queda, acabou subindo. No “Confronto”, programa que ancoro na Rádio Sonora FM, afirmei que se tratava do primeiro “golaço” da pré-candidatura de Bolsonaro.

Paulo Guedes é um liberal de formação, profundo crítico da social-democracia e dono de uma carreira brilhante no mercado financeiro, sendo fundador do Banco Pactual e do Ibmec. Seu nome agregaria valor a qualquer campanha política e a qualquer governo. É bom que Jair Bolsonaro o escute, como também seria prudente que seus filhos fizessem o mesmo.

Em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo em março de 2017, Guedes falava do benefício econômico que viria com a aprovação da Reforma da Previdência:

“As taxas de juros, que já estão em forte queda pelo desabamento das expectativas de inflação, poderiam cair muito mais rápido pela garantia de desarme do endividamento público em bola de neve que resulta do atual descontrole sobre os gastos previdenciários.

A tímida recuperação ensaiada pela atividade econômica receberia ventos extremamente favoráveis. Pois uma desaceleração simultânea nas trajetórias das despesas fiscais com a Previdência e com os juros da dívida deflagraria um círculo virtuoso de maior controle de gastos públicos, juros em queda, reversão da queda do dólar, mais estímulo aos investimentos e às exportações, recuperação da economia e do emprego, com aumento orgânico de arrecadação tributária.”

Tudo lorota, deve achar Eduardo Bolsonaro. O parlamentar é um negacionista do déficit previdenciário, como fica evidente em um post que publicou em sua conta oficial no Twitter:

Eduardo Bolsonaro não leu Paulo Guedes e muito menos o relatório do Tesouro Nacional mostrando que o rombo nas contas da Seguridade Social é gigantesco e progressivo. No lugar dos dados, a retórica desinformada que caberia na boca de um sindicalista.

Sim, a redução do estatismo é necessária para o desenvolvimento e para a probidade administrativa. Estatais são focos de corrupção porque possibilitam a troca de favores entre as elites política e econômica. É necessário, portanto, um amplo programa de privatizações. Isso, entretanto, não resolve a equação da Previdência, cuja problemática nasce da própria constituição populacional brasileira.

Em artigo para para o Instituto Mises Brasil, o economista Bernardo Santoro, outro integrante da equipe de Jair Bolsonaro, comparou a Previdência com um esquema de pirâmide, daqueles que você foge quando aparece um vendedor oferecendo. O INSS é o Telexfree institucionalizado:

“No sistema previdenciário, um grupo original de aposentados passou a receber uma aposentadoria sem haver pago qualquer quantia, à custa do grupo de trabalhadores ativos da época; e esses trabalhadores ativos da época, ao se aposentarem, esperam que os trabalhadores ativos posteriores paguem suas aposentadorias; e esse último grupo te de ser muito grande para poder suportar esse pagamento.

Ora, sem que haja uma progressão geométrica no número de trabalhadores entre uma geração e outra, esse sistema invariavelmente quebrará.  E efetivamente não há como esse sistema não quebrar, por dois motivos: (i) a geração seguinte em regra não cresce suficientemente e (ii) mesmo que crescesse, essa geração precisaria ocupar empregos em uma taxa próxima dos 100%, e a economia de um país pode não crescer o suficiente para absorver toda a mão-de-obra disponível.”

Em março de 2016, Eduardo Bolsonaro anunciou que havia começado uma pós-graduação em Escola Austríaca no Instituto Mises Brasil. Pelo que tem dito nas redes sociais, seria bom que a instituição lhe revogasse o diploma. Do contrário, será o primeiro caso de austríaco com direito a espaço no palanque da CUT.

Atualização: Em nova postagem no Twitter, Eduardo Bolsonaro afirma que há sim déficit na Previdência e que apresentará “proposta da Aposentadoria Fásica,c/base em paper d prof. da Unifesp e publicada na Revista Bras. de Prev”. Então tá.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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