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Que saudades de quando Maluf era o maior corrupto do país

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Talvez o leitor mais jovem não lembre, mas já houve tempo, tempo nem tão antigo assim, no qual a corrupção brasileira tinha ares românticos. Os assaltantes do erário público não buscavam o poder eterno, a consolidação do partido como ente superior de razão ou a reforma da sociedade tendo como parâmetro a ideologia. Queriam apenas tirar uns caraminguás por fora, vendendo facilidades que ofertavam a partir dos postos que ocupavam. O roubo tinha uma finalidade particular, não se tratava de uma ação coletiva nem de um plano de governo. 

Paulo Maluf sempre foi o maior expoente desse tipo de corrupção. Muito antes de ser modinha, ele já figurava na lista dos procurados da Interpol. Nos anos de 1990, era Maluf, junto com Orestes Quércia e Fernando Collor, quem monopolizava o noticiário dos escândalos. Suas obras na prefeitura de São Paulo eram constantemente alvo de investigações por superfaturamento. Demorou vinte anos para ele fosse finalmente condenado. Em maio, a 1° Turma do Supremo Tribunal Federal finalmente o sentenciou a 7 anos e 9 meses de prisão pela acusação de lavagem de dinheiro na construção da avenida Água Espraiada. 

Confesso que senti um pouquinho de pena ao ver Maluf saindo do IML apoiado em uma bengala. Ainda que parte da cena seja pura encenação de uma velha raposa da política, o fato é que se trata de um quase nonagenário que não representa risco nenhum para a sociedade. Que ele perca seu mandato, que pague a multa que lhe for estipulada, que seja banido da vida pública, que tenha seus bens tornados indisponíveis, que seja proibido de deixar sua residência. Agora, submetê-lo ao ambiente insalubre de uma cadeia a essa altura da vida? Trata-se de pura demagogia justiceira.  Com 86 anos, sendo um quase nonagenário, é o mesmo que sentencia-lo à morte. 

Há gente muito pior solta por aí. Criminosos na flor da idade que poderiam muito bem sentir o passar dos anos vendo o sol nascer quadrado. Comparado a eles, Maluf não passa de um amador, de um batedor de carteiras, de um simplório ladrão de mixarias. O que é a Avenida Águas Espraiadas se comparada ao Petrolão e ao Mensalão, esquemas de corrupção com o DNA totalitário de quem tinha como alvo desmontar a democracia representativa e a alternância de poder? 

Quando o PT chegou ao poder, a corrupção romantizada foi substituída por um método contínuo e industrial de assalto ao Estado e suas instâncias. O roubo particular permaneceu, mas tornou-se coadjuvante de algo muito pior: o roubo coletivo em nome de um ideal revolucionário.   

Que saudades dos anos de 1990 quando Maluf era o maior corrupto do país. 

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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