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O assassinato de Marielle Franco está sendo transformado em crime de natureza social

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Marielle Franco, vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, foi morta a tiros dentro de seu carro. Tinha acabado de sair de um evento político na Lapa. O trágico destino dela foi igual ao de milhares de seus conterrâneos, que morrem todos os dias nas cada vez mais perigosas ruas da outrora “Cidade Maravilhosa”.

Em 2017, o RJ chegou ao seu pior índice de homicídios em oito anos. A média de assassinatos ficou em 37 a cada 100 mil habitantes. O número de vítimas inclui também os integrantes da polícia. No mesmo período, foram mortos 134 PMs. A violência não poupa ninguém. De civis a oficiais, de cidadãos comuns a políticos, de playboys a favelados, sem discriminação étnica ou sexual, todos são potenciais vítimas.

As reações ao assassinato da vereadora já denotam o discurso e a narrativa que se tentarão fazer influentes nos próximos dias. Nas redes sociais, o PSOL postou o seguinte:

“Uma mulher, negra, mãe e defensora da igualdade, nascida e criada na Maré, foi tombada”.

Todas as senhas ideológicas estão contidas na frase acima. Os militantes se encarregarão de difundi-las, principalmente na mídia. Está intrínseco ao que foi escrito a ideia de que ela foi assassinada por razões de ordem social. Eis o gatilho para transformar a morte em luta política.

O PT foi além. Em nota oficial, o partido fez ilações maliciosas, dando a entender que a morte de Marielle se deu porque ela era uma crítica da intervenção federal no RJ. Diz o texto:

“O brutal assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL, é um crime que atinge diretamente a cidadania e a democracia. Marielle foi executada no momento em que vinha denunciando os abusos de autoridade e a violência contra moradores das favelas e bairros pobres da cidade, por parte de integrantes de um batalhão da Polícia Militar.

O Partido dos Trabalhadores exige imediata e rigorosa apuração deste crime, que desafia abertamente a política de intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro.

Nossa solidariedade aos familiares e amigos da companheira Marielle.
Vamos prosseguir com sua luta contra a violência e os abusos contra os pobres.”

Ao dizer que Marielle foi executada quando denunciava abusos de um batalhão da Polícia Militar, fica subentendido que sua morte foi um silenciamento. Como não há elementos probatórios para sustentar a acusação, o PT adota uma linguagem genérica, que também dá eco aos tais “abusos contra os pobres”, como se fossem eles os alvos da operação no Rio de Janeiro.

Fica evidente a tentativa de jogar a intervenção federal contra os menos favorecidos, ainda que a ampla maioria deles se coloque a favor da medida. Tudo se resume a um discurso de divisão social focado em demonizar a ação das forças de segurança, que são retratadas como mais violentas que os próprios bandidos.

Marielle Franco não foi executada por ser negra e mulher, mas por viver em um Estado convulsionado pelo crime organizado e pelo tráfico de drogas.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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