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Sem Meirelles, Lula teria sido a Dilma

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Ainda que os números do IBGE sobre a pobreza no Brasil sejam impressionantes e revelem o tamanho da fraude intelectual que consistia o discurso de Lula sobre a ascensão social supostamente promovida durante o seu governo, persiste o senso comum de que o mandato do ex-presidente proveu bonança aos pobres. Despida do contexto e dos condicionantes, trata-se apenas de uma mistificação petista assentada no baixo nível de informação da maioria da população.

Como bom sindicalista, Lula é pragmático até a medula. Foi por isso que sua grande medida econômica foi não aplicar o receituário esquerdista no início de seu mandato. Para comandar o Banco Central, chamou Henrique Meirelles, internacionalmente conhecido por ter presidido o Bank Boston e ter carreira brilhante no mercado financeiro.  Era o aceno ao mercado de que as coisas, pelo menos por um tempo, seriam tratadas com o rigor devido.

Com Meirelles no Banco Central, o país viu a implementação de uma agenda rigorosa de superávits e controles fiscais. O resultado foi o crescimento contínuo do Produto Interno Bruto e a blindagem prolongada do país – inclusive durante a crise financeira de 2008 e 2009. Com os fundamentos macroeconômicos preservados do radicalismo ideológico de seus correligionários, Lula pode nadar de braçada, apropriando-se dos méritos que nunca foram seus.

Afinal, o que teria sido de Lula se no lugar de Meirelles estivesse um economista da escola petista? A resposta veio no mandato de Dilma, no qual as verdadeiras teses de PT, que são também as de Lula, ganharam força. Quando Meirelles saiu, veio o predomínio de Guido Mantega, até então um Ministro da Fazenda decorativo que só chegou ao cargo porque Antonio Palocci não soube explicar sua participação nas festinhas da Jeany Marie Corner.

Com a lacuna técnica no Banco Central, o flerte petista com a demagogia, que já existia durante o governo Lula, se tornou desbragado populismo econômico. A coisa descambou para as tão faladas pedadas fiscais e, por fim, na depressão social da qual o país finalmente começa a sair.

Lula pretende voltar a ser Presidente em 2018. Para tanto, apelará aos seus supostos feitos. No seu falatório, ele se apresentará como único portador da receita necessária para devolver prosperidade aos brasileiros. O Lula de hoje, entretanto, é muito mais parecido com o Lula de 1989, aquele meio brucutu que defendia o calote da dívida externa. Nenhum economista sério lhe daria suporte como ocorreu em 2003. É preciso deixar claro, desde já, que seus méritos não lhe pertencem, e que não há modo de alcançá-los de novo. Quem sabe, se for candidato, Henrique Meirelles possa dizer isso pessoalmente ao ex-presidente em algum debate.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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