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Supremacistas brancos e Antifa: dois retalhos do mesmo tecido

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No último dia 12 de agosto, a pacata cidade de Charlottesville, na Virgínia (EUA), com seus menos de 50 mil habitantes, ganhou notoriedade mundial por ter se tornado palco de confronto violento entre coletivos de extrema-esquerda e supremacistas brancos no qual uma pessoa morreu e 19 ficaram feridas.

Confronto em Charlottesville, Virginia (Joshua Roberts/Reuters)

As circunstâncias em que o embate se deflagrou deixam muitas perguntas a serem respondidas, a começar pela negligência das autoridades locais que possibilitou o enfrentamento entre as duas facções. Passados 30 dias, muito se especulou sobre o caos planejado e idealizado por políticos e financiadores da extrema-esquerda, que visavam, por meio da tragédia, alimentar a falsa narrativa de que, sob os Estados Unidos de Donald Trump, a América está sendo dominada pela Klu Klux Klan. Porém, passada a comoção inicial, é importante analisar o acontecimento de maneira racional, entendendo o contexto, discernindo os lados envolvidos e os possíveis desdobramentos da batalha cultural nos Estados Unidos.

A batalha em Charlottesville não começou em agosto de 2017, mas em março de 2016, quando Zyahna Bryant, estudante negra no segundo grau da rede pública de ensino, apresentou uma petição ao Concílio Municipal de Charlottesville pela retirada da estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque público na cidade. Dois meses depois, o Concílio criou uma comissão para discutir o futuro do monumento e, em fevereiro de 2017, votou pela sua remoção. Desde então, opositores à retirada da estátua realizaram diversas manifestações na cidade, a última delas durante o evento conhecido como Unite the Right (“Unir a Direita”, em tradução livre), cujas cenas do enfrentamento com militantes do coletivo de esquerda Antifa viralizaram pelo mundo.

(Estátua do general Lee)

O debate a respeito da remoção de monumentos, bandeiras e demais símbolos da antiga Confederação dos Estados do Sul dura mais de uma década, embora tenha ganhado maior intensidade nos últimos anos. A rebelião dos Confederados contra a União, liderados pelo general Robert E. Lee, resultou na mais sangrenta guerra da história dos EUA (1861 a 1865), com mais de 600 mil mortos. As causas que levaram à Guerra Civil Americana são, até hoje, tema de debate entre os historiadores, mas é consenso que no “olho do furacão” estava a causa abolicionista. Os confederados lutavam pela soberania de seus Estados, o que incluía, na época, o direito de possuir escravos. Como nos ensina a História, os rebeldes perderam a guerra e a indivisibilidade da União foi preservada. No entanto, a extinção da antiga Confederação não aniquilou o espírito confederado e, menos de 50 anos após o fim da Guerra Civil, centenas de monumentos a generais confederados já haviam sido construídos em todo o Sul – a maioria no começo do século XX, em plena vigência das leis segregacionistas conhecidas como “Jim Crow”.

Um século mais tarde, o valor e o significado desses monumentos entre os americanos variam de acordo com o entrevistado. Fora da antiga Confederação, nem todos os conservadores possuem afeição para com a simbologia confederada, e alguns entendem que estes monumentos se adequariam melhor em museus e cemitérios do que em parques públicos devido à sua história controversa. Os “justiceiros sociais” que compõem coletivos de extrema-esquerda, como o Black Lives Matter e o Antifa, exigem a remoção das estátuas por vê-las como um símbolo da supremacia branca. Já nos Estados do Sul, que compunham a antiga Confederação, atualmente muitos desassociam a simbologia confederada de qualquer passado racista, defendendo-a como uma maneira de preservar a cultura de um povo local e honrar a memória e os atos de bravura de seus antepassados.

É importante lembrar que a maioria dos soldados confederados não possuía escravos e, em uma época em que rádio e TV ainda não existiam, a identificação do cidadão com seu Estado natal e com as leis locais era infinitamente maior do qualquer sentimento patriótico ou a lealdade a um distante governo central, sediado em Washington, DC. O próprio general Robert Lee, por exemplo, via a escravidão como algo antinatural e entendia que a dissolução da União seria uma calamidade. Porém, na iminência de uma Guerra Civil, Lee se viu impossibilitado de levantar sua espada contra a Virgínia, seu Estado natal, e juntou-se aos rebeldes contra a União. O conhecimento deste contexto em que se deu a Guerra Civil é importante para entendermos que, do mesmo modo que nem todos os soldados que defenderam a Confederação eram donos de escravos ou eram a favor da escravidão, nem todos os descendentes destes confederados, que hoje defendem a preservação da bandeira e de monumentos confederados em espaços públicos, são necessariamente racistas. Colocar todos os que se opõem à retirada dos monumentos confederados na mesma categoria dos neonazistas e demais supremacistas brancos é, na melhor das hipóteses, ignorância acerca da história e da cultura do povo do Sul e, na pior delas, a difusão de mais uma falsa narrativa criada pela esquerda para destruir a reputação de seus oponentes.

Seria igualmente um erro ignorar o fato de que monumentos confederados são usados por grupos supremacistas como ponto de encontro e como símbolos à sua ideologia racista. Grupos supremacistas sempre existiram desde a fundação dos EUA, mas nos dias atuais tais movimentos não passam de uma minoria barulhenta fazendo uso de seu direito de livre expressão. Quando membros da Klu Klux Klan, o mais notório grupo supremacista dos EUA, vão às ruas vestidos em seus lençóis e gorros fantasmagóricos, eles, como minoria que são, têm seus direitos de livre expressão assegurados a despeito do teor repugnante de sua mensagem – princípio que muitos definem como o “preço da liberdade”. A Constituição Americana, por meio da 1ª Emenda, diferencia o discurso ofensivo e inflamatório (por exemplo, “brancos são superiores a negros, judeus e índios”) da incitação à violência (“negros, judeus e índios devem ser exterminados”), protegendo o primeiro e criminalizando a segunda. No entanto, de acordo com o Southern Poverty Law Center, a KKK possui entre 5 mil e 8 mil membros somente – em uma população de mais de 325 milhões de americanos (!!!). É evidente, portanto, que toda a histeria em torno de uma “América nazista” sob Trump é resultado de uma falsa narrativa fabricada pela imprensa militante, que amplia a ameaça proporcionada pela existência de supremacistas brancos a níveis estratosféricos, totalmente desassociados da realidade. Ao contrário do que reporta a grande mídia, supremacistas brancos não possuem nenhum poder político e não representam nenhuma ameaça real à América.

Por outro lado, coletivos de extrema-esquerda como o Black Lives Matter e black blocs como o Antifa estão em plena ascensão. Eles são resultado da revolução cultural promovida pela esquerda desde os anos 1960 e são apoiados por poderosos indivíduos e grupos de interesse que controlam os meios de ação: possuem poder político, pautam a narrativa da imprensa e controlam as universidades.

Após os confrontos em Charlottesville, o Presidente Donald Trump condenou os supremacistas brancos publicamente e o Partido Republicano passou uma resolução declarando que o ideário racial supremacista é incompatível com a agenda conservadora do partido. Infelizmente, o mesmo não se pode dizer do Antifa (que ironicamente quer dizer “antifascismo”), cujas ações terroristas são constantemente normalizadas pela Academia e pela imprensa. Isso ficou óbvio na ocasião em que Trump culpou “os dois lados” (supremacistas brancos e antifas) pela violência em Charlottesville. A mídia, que havia noticiado o fato como um enfrentamento entre neonazistas e “manifestantes contra o racismo”, desatou uma avalanche de críticas ao Presidente por ele ter criado uma equivalência moral entre os dois lados. Sabe-se, porém, que os anarquistas do Antifa, que defendem abertamente o uso da violência, já haviam deixado seu rastro de destruição em diversas cidades americanas antes de Charlottesville: mais de 200 pessoas foram presas em atos de vandalismo e violência nas ruas de Washington durante a posse do presidente Donald Trump;  Portland, no Estado de Oregon, tem sido palco constante de diversos protestos em que manifestantes do Antifa incendiam latas de lixo, vandalizam veículos e saqueiam comércios; em Berkeley, Califórnia, casa da famosa Universidade de Berkeley, o Antifa vandaliza o campus e bloqueia as ruas de acesso à Universidade sempre que um conservador é convidado para palestrar. Chicago, Dallas, Baltimore e Sacramento também viram suas ruas se transformarem em campos de batalha. Com seus rostos cobertos e porretes na mão, os terroristas de negro avançam em sua cruzada anarquista e anticapitalista, convenientemente rotulando de “fascista” qualquer um que se oponha à sua ideologia, no intuito de assim legitimar o uso da violência contra seus adversários – não somente supremacistas brancos, mas também conservadores e liberais clássicos. E tudo sob o olhar conivente do Partido Democrata e parte da imprensa que legitimiza o fascismo dos “antifascistas”.

(Antifa: Protestos na posse de Trump)

Desde os anos 60, a esquerda americana mobiliza movimentos revolucionários e, por meio deles, emprega a violência como forma de intimidação. Entretanto, após 8 anos de extrema polarização racial durante a presidência Obama, vemos hoje uma verdadeira insurreição de facções coletivistas e suas ideologias identitárias (movimento negro, feminismo, LGBTQ, etc.) que substituíram a velha luta de classes do marxismo clássico (burguesia versus proletariado) pelo ideário da luta entre o “oprimido versus opressor”. Apesar de suas diferentes ênfases, todas estas facções identitárias possuem um inimigo em comum: o homem heterossexual branco e cristão, suposto detentor de privilégios imerecidos, adquiridos em virtude de sua raça, sexo ou religião. Estes grupos alegam que o sexismo, o racismo e demais formas de opressão são inerentes ao capitalismo e às instituições da sociedade americana; que as injustiças do passado precisam ser corrigidas por meio de políticas afirmativas e, sempre que necessário, por meio da violência.

A vitória de Donald Trump foi o veredicto do povo americano contra a ideologia identitária da esquerda. Um voto por Donald Trump foi um voto a favor do capitalismo, um voto contra o coletivismo e pelas liberdades individuais, pelo respeito à história dos EUA e seus símbolos patrióticos, e por todas as demais coisas que fizeram dos Estados Unidos um grande país. Os americanos, em sua vasta maioria, reagiram por meio de uma revolução pacífica e silenciosa, destronando, por meios democráticos, os revolucionários que desejam, através do caos, destruir a América e construir um “paraíso igualitário” sobre as suas cinzas. Entretanto, toda reação vem com suas doses de extremismo: à medida que as ideologias identitárias são forçadas goela abaixo da população por meio da imprensa e da Academia, é de se esperar que uma reação extremada surja na forma de uma ideologia identitária para brancos.

Podemos tomar como exemplo a chamada “Direita Alternativa”, ou Alt Right em inglês – uma associação informal de movimentos que pregam contra o politicamente correto, contra as políticas afirmativas e contra a política de fronteiras abertas do Partido Democrata. Apesar de sua agenda aparentemente conservadora, seus principais expoentes como Richard Spencer, Jared Taylor e Vox Day são supremacistas brancos assumidos com a diferença de que, em contraste com os trogloditas da KKK, são carismáticos e articulados. Pela maneira sofisticada e inteligente de que refutam o multiculturalismo, o feminismo e o racismo reverso (contra brancos) que emanam das elites progressistas, a Alt Right tem sido normalizada por alguns conservadores brancos cansados de serem demonizados pela esquerda e culpados pelos pecados sociais de gerações passadas. O website conservador Breitbart se autodenominou “o ponto de encontro da Alt Right” e Jared Taylor – que advoga em favor do segregacionismo e de uma suposta superioridade da raça branca com relação à raça negra – participou de entrevistas bastante amigáveis nos programas de Stefan Molyneux e Gavin Mcinnes.

À primeira vista, a Alt Right e o conservadorismo mainstream falam a mesma língua, principalmente quando a Alt Right denuncia os agentes do marxismo cultural em sua cruzada contra a chamada “Civilização Ocidental”. Entretanto, para o conservador típico, a “Civilização Ocidental” é um conjunto de valores e tradições que, se preservados, levarão à ordem social e à prosperidade de um grupo de pessoas, independentemente de raça. Já para os expoentes da Alt Right, ideologia e raça são intrinsicamente inseparáveis, sendo a “Civilização Ocidental” um sistema criado por brancos e incapaz de ser gerido por não brancos. Deste conceito deriva sua oposição ferrenha à imigração de não caucasianos aos EUA, seja ela legal ou ilegal.

O conservadorismo autêntico rejeita o multiculturalismo, mas defende a assimilação cultural, ao contrário da Alt Right. O conceito que defendemos, conhecido como “Civilização Ocidental”,  não é fundamentado em raça, mas sim em ideias. A ênfase na liberdade do indivíduo e suas responsabilidades pessoais, o entendimento de que todos os homens são criados iguais e dotados por Deus (não pelo Estado) por direitos inalienáveis (como vida e liberdade) a serem protegidos por um governo eleito pelo povo, em um sistema de freios e contrapesos (separação de poderes) – esses são os pilares nos quais se sustentam a ordem e o progresso. Supremacistas brancos negam este conceito, contido no segundo parágrafo da Declaração de Independência dos EUA. Apesar de representarem uma porção minúscula dos americanos, como dito acima, estes grupos precisam ser veementemente rechaçados pela chamada “direita conservadora” antes que o câncer se espalhe. O flerte entre movimentos como a Alt Right e o conservadorismo mainstream contribui para o surgimento de um efeito colateral indesejado na luta contra o multiculturalismo: a normalização da ideologia identitária branca, que nada mais é do que o vitimismo racial em sua versão anglo-saxã, promulgado por brancos que enxergam o mundo de uma perspectiva de soma-zero (assim como os marxistas que dizem combater) e, consequentemente, sentem-se ameaçados pela presença de judeus, negros e imigrantes não caucasianos em seu país.

Ao contrário da percepção da maioria, o que vimos em Charlottesville não foi o enfrentamento entre forças opostas. Coletivos como Black Lives Matter e Antifa, assim como os movimentos supremacistas, são somente retalhos diferentes extraídos do mesmo corte de tecido. Ambos são aberrações paridas da mesma mãe chamada “ideologia identitária”, que encontram em seu oponente a razão de sua existência e se abraçam em um processo infinito de retroalimentação: diante de políticas identitárias para negros, surge uma política identitária para defender a raça branca; a partir do surgimento/crescimento de uma ideologia identitária para brancos, emergem coletivos terroristas como o Antifa – e assim por diante. Diante destes fatos, a conclusão é a de que o Presidente Trump está correto: os dois lados foram culpados pela violência em Charlottesville. Ambas as facções são um câncer a ser confrontado na sociedade. E o conservadorismo autêntico é aquele que se desponta como uma alternativa à ideologia identitária, seja branca, negra, feminista ou LGBTQ. Sua missão é inundar o imaginário popular com uma mensagem positiva e inclusiva, fundamentada na experiência humana, na sabedoria acumulada de múltiplas gerações, através da exposição de princípios que comprovadamente trazem liberdade, ordem social e prosperidade a indivíduos, famílias e nações que os adotem.

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A jornada da Balenciaga, marca que vai da defesa do aborto ao abuso infantil

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Último ensaio da marca de luxo colocou crianças em imagens contendo produtos adultos e referências a algo que faria nosso título ser banido das redes sociais

A Balenciaga é uma daquelas marcas de luxo que vendem (preço no Brasil) jaquetas por R$ 34 mil e tênis de R$ 10 mil. Volta e meia, a empresa choca o público desse mercado com coleções exóticas que remetem a sacos de lixo ou produtos usados.

Com sede na França, a Balenciaga tem origem espanhola e é uma das principais marcas de luxo do grupo Kering, controlador de marcas como Gucci, Saint Laurent, Bottega Veneta, Alexander McQueen e outras. Com 42 mil empregados, o Kering teve um lucro de 17,6 bilhões de Euros em 2021.

Balenciaga e o abuso infantil

Ferramentas de promoção da coleção 2022/2023 da Balenciaga, duas campanhas publicitárias lançadas no dia 16 de novembro chamaram a atenção. A primeira, chamada “Gift Shop”,  usa imagens de crianças portando bolsas de ursinhos paramentados com acessórios do mundo BDSM e até uma faixa plástica similar às usadas em cenas de crime para isolamento aparece no cenário com o nome Baalenciaga (usando dois As), apontado por usuários na internet como referência a BAAL, demônio antigo que (adivinhem!) sacrificava crianças.

A segunda, ambientada em um ambiente de escritório de Nova Iorque,  tem fotos que deixaram transparecer papéis com cópia de processo da justiça americana sobre pedofilia e o  livro Fire From The Sun, de Michael Borremans, conhecido por mostrar gravuras de crianças nuas.

balenciaga abuso infantil

Site da Balenciaga com uma das fotos do ensaio Gift Collection, do fotógrafo Gabriele Galimberti.

Detalhe de outra imagem: criança deitada próxima a taças de bebida e acessórios da marca. Atrás, o ursinho sadomasoquista.

 

Depois do escândalo, o fotógrafo responsável pelo ensaio com os ursinhos declarou publicamente que estava “apenas tirando fotos” de um cenário montado por outras pessoas. Já a própria Balenciaga emitiu nota pedindo desculpas pelo ensaio, que as bolsas em formato de ursinho não deveriam estar no cenário com crianças e que removeu as peças de seus canais, além de tomar medidas judiciais milionárias contra os responsáveis pelo segundo. “Nós condenamos com veemência o abuso infantil de qualquer forma e defendemos a segurança das crianças e seu bem-estar” complementa a nota.

Parte do “notão” postado no Instagram em 28 de novembro sobre os ensaios com abuso infantil e referências à pedofilia…

balenciaga aborto

e a nota de apoio ao aborto para as funcionárias americanas em 28 de junho. Seis meses de diferença e a repetição das palavras.

Tweet do youtuber @shoe0nhead sobre o escândalo e suas milhares de curtidas. É só o começo.

Vinte e duas semanas antes, a Balenciaga publicou no Instagram uma forte defesa do aborto, chamado de direito humano da escolha, garantindo que suas funcionárias americanas terão despesas com procedimentos abortivos cobertas pela empresa. “Pela saúde e bem-estar da comunidade Balenciaga neste momento de incerteza”, eles disseram. A nota foi provocada pelas decisões da Suprema Corte americana à época (Revogação da Roe vs Wade).

O resultado

Além da atenção dada pela imprensa internacional, a marca vê celebridades tentando de alguma forma desvilcular a imagem após o escândalo. A mais famosa delas é Kim Kardashian, que vai lidando com o caso nota após nota, em um controle de danos que envolve base de fãs, mercado de influência e muito dinheiro. Já a “internet” em geral ferve em campanhas que querem cancelar a marca e até queimar (literalmente) os produtos.

Inaceitável

Então, uma empresa bilionária, que trabalha nos extremos da criação artística, lança não um, mas dois ensaios com referências a abuso infantil e pedofilia, de forma sutil ou descarada, pede desculpas, reconhece alguns “erros” e segue em frente? Não é bem assim. A seleta clientela deve tomar consciência sobre o significado da compra e endosso da filosofia da marca e até mesmo a Justiça dos países onde o grupo atua deve abrir o olho e descobrir a real cadeia de comando que permitiu tais experimentos. Sem trocadilho, a sociedade não pode deixar que esta moda pegue.

PS. Há muito mais na internet sobre referências ocultas nos ensaios, ampliadas para outras figuras ligadas à Balenciaga e suas influências. O Twitter está cheio de teorias e a comprovação dos fatos exige cuidado.

 

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A Saga de Sage: uma história cruel sobre a interferência do Estado nas famílias americanas

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A Saga de Sage

Uma adolescente retirada da família com anuência da escola e diversos órgãos federais americanos, tudo em nome da ideologia de gênero

 

Nota do editor: a história que publicamos aqui foi divulgada por Jordan Peterson em agosto de 2022 e faz parte do fórum Parents with Inconvenient Truths about Trans (PITT), lista que reúne famílias que trocam informações e sofrem na pele os problemas da ideologia de gênero nos Estados Unidos. Termos específicos da cultura americana foram substituídos na tradução para o português, para uma melhor clareza. 

A saga de Sage

Esta é a história de uma menina de 15 anos, Sage Lily. A autora, sua mãe adotiva – que também é sua avó -, quer que o mundo saiba o que está acontecendo com crianças identificadas como trans vulneráveis ​​como sua filha. Quando recebemos sua história, imediatamente a colocamos em contato com pessoas em nossa rede que poderiam ajudá-la e obter visibilidade de sua história com um público mais amplo. Estes fatos estão acontecendo agora; tire um tempo para ler esta história.

Eu sou a avó de uma menina de 15 anos, Sage Lily. Adotei Sage quando ela tinha apenas 2 anos de idade. Sage e eu moramos na Virgínia com meu marido.

Sage começou a passar por confusão de gênero na 8ª série. Até então, ela era uma aluna nota 10 que gostava de tocar piano e escrever poesia. Em sua pequena escola, como Sage me informou, todas as meninas eram bi, trans ou lésbicas. Em algum momento, a influência social a dominou. Ela disse aos seus amigos e professores que queria ser trans e que Sage não seria mais seu nome – ela pediu para ser chamada de “Draco” e referida como um menino. A escola aceitou e deu apoio, ação que é uma obrigação legal no estado da Virgínia.

Infelizmente, a escola não contou a mim, sua mãe legal, sobre nada disso – fiquei no escuro. Eu gostaria de ter sido informada. Se eu soubesse, esta teria sido uma história muito diferente.

Em agosto passado (2021), Sage começou a 9ª série na escola secundária local com sua identidade trans, sem que eu soubesse. Ela sofreu bullying e tornou-se extremamente vulnerável. Logo ela seria atacada na internet – um fato que eu só soube mais tarde.

Em 25 de agosto, ela fugiu de casa. Imediatamente notifiquei o xerife local. Seu caso rapidamente se agravou e o FBI e o US Marshall se envolveram. Sage foi vítima de tráfico sexual e levada da Virgínia para Washington e depois transportada para Maryland. O FBI e os delegados a encontraram em um quarto trancada na casa do criminoso às 22h do dia 2 de setembro. Eles me ligaram para me avisar e para me informar que eu poderia buscá-la na manhã seguinte para trazê-la para casa na Virgínia. Disseram-me que ela precisava passar a noite em um centro de detenção, pois estava sendo tratada no hospital, e precisava de um kit de estupro completo. Eu estava nervosa, como você pode imaginar, e perturbada por não ter permissão para vê-la imediatamente.

Cheguei ao centro de detenção bem cedo na manhã seguinte. No entanto, uma vez lá, recebi notícias surpreendentes e devastadoras – Sage estava sendo representada por um advogado de menores e não teria permissão para voltar para a Virgínia conosco, e eu não teria permissão para vê-la até que uma audiência no tribunal ocorresse. E, além disso, meu marido e eu seríamos investigados por “abuso” porque a chamávamos de “Sage” e não de “Draco”, e usávamos pronomes femininos em referência a ela, em vez de ele/dele.

Acusações de abuso foram feitas contra mim e meu marido e Sage foi colocada na UNIDADE PARA MENINOS do Lar Infantil – onde ela foi novamente abusada. Depois disso, ela foi colocada em uma sala privada. Novamente, não fui avisada de que Sage (com corpo feminino) foi colocada em uma unidade masculina. Então agora minha filha traumatizada havia sido sequestrada, traficada sexualmente e depois abusada sexualmente novamente enquanto estava sob os cuidados do Estado, em vez de retornar ao seu lar amoroso para se refazer. Em vez dos cuidados com o trauma que Sage precisava desesperadamente quando foi resgatada, ela foi manipulada e nossa família foi tratada injustamente. Em vez de obter a ajuda que ela merecia e precisava desesperadamente, ela estava fadada a experimentar ainda mais dor e sofrimento.

Após uma investigação do Serviço Social de Maryland e da Virginia, as acusações de abuso foram consideradas infundadas. No entanto, Sage ainda não tinha permissão para voltar para casa. Em vez disso, ela foi colocada no centro do palco para promover uma agenda política e de gênero para um defensor público de Maryland, claramente sem conhecimento do trauma causado pela exploração sexual de uma criança.

Uma típica jovem de 14 anos é emocionalmente imatura e luta com muitos problemas. Sage tinha problemas adicionais além dessas preocupações normais, pois havia sofrido um trauma grave antes dos dois anos de idade. Agora, com esse novo trauma de ser traficada sexualmente, ela estava ainda mais vulnerável. Apesar dos programas residenciais terapêuticos na Virgínia que estavam dispostos e aptos a aceitá-la, o defensor público de Maryland disse que Sage não poderia ir por causa da identificação trans. E o juiz do tribunal juvenil de Maryland concordou!

Em 8 de novembro de 2021, o juiz de Maryland finalmente liberou Sage para uma instituição na Virgínia. As autoridades recorreram logo no dia seguinte (indo contra a lei interestadual de custódia) e o estado de Maryland continuou a manter a custódia da minha filha, esperando colocar Sage em um lar adotivo em Maryland. Por quê? Porque eu a chamei de Sage, seu nome legal, e não de Draco. Neste caso, foi simplesmente porque meu marido e eu esquecemos – porque certamente, desesperados para ter nosso filha de volta, teríamos feito qualquer coisa, inclusive usar o nome Draco. Agora, nossa criança abusada, vítima de um crime federal de tráfico sexual, estava sendo enviada para um lar adotivo por causa da ideologia de gênero. Não há como interpretar que isso era do melhor interesse do meu filho.

Para piorar as coisas, um dia, em 12 de novembro, Sage não voltou ao abrigo infantil depois da escola. Ela tinha fugido novamente. A polícia, o Centro Nacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas (NCMEC) e o FBI foram notificados.

Nesse ponto eu só podia esperar e rezar para que Sage não estivesse de volta nas mãos dos predadores. Eu rezei para que ela ainda estivesse viva. Todos deveriam estar procurando por ela. Em vez disso, o recurso de Maryland permaneceu ativo e os advogados se concentraram em usá-la para estabelecer jurisprudência para indivíduos transgêneros (esse advogado chegou a aconselhar minha filha que ela pretendia entrar com um recurso e, se isso falhasse, iria para a Suprema Corte !). Essa era a principal intenção do advogado de Maryland – e isso deveria ser realizado com o risco da saúde mental de minha filha e agora de sua vida.

Para meu horror, o delegado de Maryland descobriu que Sage havia sido enviada de Maryland para Dallas, Texas. Em 24 de janeiro de 2022, o Texas Marshal, pela graça de Deus, a encontrou em uma sala trancada onde, mais uma vez, ela havia sido abusada por um predador. Ele a usou para pornografia, vendeu seu corpo por dinheiro, a deixou com fome, espancou-a e a drogou. Foi um verdadeiro milagre que ela foi encontrada. Tantas crianças nunca são encontradas. Mas, sua exploração nunca teria acontecido se não fosse a intervenção do estado de Maryland.

Agora Sage está em uma instalação terapêutica residencial pelos próximos 1 ou 2 anos, dependendo de quão bem ela responde ao programa. Ela vai lutar com essas consequências para o resto de sua vida. Ela tem apenas 15 anos. Ela passou seu aniversário de 15 anos, 20 de outubro, em Maryland – e eu nem tive permissão para visitá-la. Chorei o dia todo naquele dia.

Eu quero compartilhar sua história com qualquer um e todos que vão ouvir. Eu sou apenas uma pequena voz para milhares dessas crianças que nossa sociedade está colocando em perigo ao aprovar leis que lhes dão mais direitos do que os pais que estão lá para protegê-las. Essas novas leis estão colocando crianças vulneráveis ​​como a minha em perigo. Essas crianças não são capazes de tomar as decisões com as quais têm poder, e os adultos estão intervindo para explorá-las, enquanto seus pais foram relegados à margem. O cérebro dessas crianças não está totalmente desenvolvido até os 25 anos! Estamos permitindo que essas crianças, escolas e instalações médicas mantenham legalmente informações em segredo dos pais. Isso é muito real e muito assustador. Eu deveria saber.

Precisamos nos tornar uma voz ativa e alertar as pessoas que a vida de seus filhos está em jogo – literalmente. Há predadores doentes por aí observando e esperando por essas crianças confusas. Nossa sociedade os está desviando ao permitir que essas leis sejam aprovadas. É uma questão muito real que merece muito mais atenção. Acha que isso não pode acontecer com você? Pode. Ajude compartilhando a história de Sage.

Os destaques são nossos. Link para a postagem original, em inglês, aqui: The Saga of Sage.

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Ernesto Araújo é convidado para explicar apoio brasileiro ao Plano de Paz de Trump

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Conforme divulgado pelo site de notícias do Senado Federal, a Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou na quinta-feira passada (6) um convite para que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, preste informações sobre a posição brasileira em relação ao plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para o conflito entre Israel e Palestina. A data da audiência pública ainda não foi definida.

Depois de estreitar os laços da Coreia do Norte com o Ocidente, algo antes nem sonhado por Barack Obama, o democrata que inclusive foi agraciado com Nobel da Paz, agora Donald Trump quer dar um rumo para um conflito que se estende desde a fundação do estado de Israel. O plano divulgado pelo governo norte-americano no dia 28 de janeiro prevê o reconhecimento de Israel e Palestina como estados soberanos.

De acordo com o plano, Jerusalém permaneceria indivisível como capital israelense, enquanto o povoado de Abu Dis abrigaria a capital do Estado Palestino. Lideranças palestinas criticaram a proposta, considerando que ela favorece os interesses de Israel. Ainda, estabelece a soberania israelense sobre boa parte do vale do rio Jordão, a oeste da fronteira com a Jordânia. Este território engloba partes da Cisjordânia, região de maioria palestina que é reivindicada como parte do Estado palestino. Trump anunciou o plano na Casa Branca ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que historicamente defende a anexação do Vale do Jordão por Israel (imagem).

No seu pronunciamento, o presidente norte-americano apontou que será uma solução realista para os dois Estados, sendo que, assim, nenhum palestino ou israelense “será retirado de suas casas”. A proposta também inclui um investimento comercial de US$ 50 bilhões, que geraria, segundo Trump, 1 milhão de empregos para os palestinos nos próximos dez anos.

No entanto, a proposta não está sendo vista pelos mesmos olhos do lado palestino. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, criticou e recusou nesta terça-feira, 11, perante o Conselho de Segurança da ONU, o plano de paz para israelenses e palestinos proposto pelos Estados Unidos. Na sua avaliação, o plano não proporciona soberania ao povo palestino.

O apoio brasileiro foi imediato. É notório o estreitamento dos laços do presidente Jair Bolsonaro com EUA e Israel. O autor do requerimento de convite para o ministro Ernesto Araújo é o senador Esperidião Amin (PP-SC). Ele destacou que, um dia após a apresentação do plano, o Itamaraty divulgou uma nota de apoio à proposta de Donald Trump. “Trata-se de iniciativa valiosa que, com a boa-vontade de todos os envolvidos, permite vislumbrar a esperança de uma paz sólida para israelenses e palestinos, árabes e judeus, e para toda a região”, destaca a nota do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.

Para Esperidião Amin, a postura do Itamaraty representa uma “mudança de posição”: “O Brasil tem uma história de relação tanto com Israel quanto com a Palestina. Nenhum país do mundo tem uma relação tão diplomática, tão intensa. Chamar o ministro para explicar essa mudança da posição do Brasil não significa contestar. Mas ignorar isso, creio que seria uma irresponsabilidade”.

O presidente da CRE, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que o ministro Ernesto Araújo se dispõe a participar da audiência pública.

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