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O auxílio-moradia de Marcelo Bretas e as contas da batcaverna

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Juízes julgam, e é bom que o façam. Ao contrário do que o senso comum moralista impôs, não se tornam heróis por cumprirem suas atribuições. Joaquim Barbosa, por exemplo, jamais foi o Batman. É por isso que não gosto quando vejo o balão do “Super-Moro”. Concedemos a meros funcionários públicos essa aura mágica de personagens de quadrinhos. É um sintoma de nosso subdesenvolvimento.

Marcelo Bretas, o celebrado juiz responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, pediu auxílio-moradia para ele e sua esposa, que também exerce a mesma profissão. É um absurdo, independentemente do trabalho que executem. Conjuntamente, os dois ganham quase R$ 60 mil mensais. Quantos brasileiros tem uma remuneração semelhante?

O auxílio-moradia é uma espécie de “Minha Casa Minha Vida” de luxo recebido pela elite do funcionalismo. Atualmente, cerca de 18 mil magistrados e outros 13 mil procuradores ganham o valor de R$ 4,3 mil mensais referentes ao benefício.  Mas não apenas isso. Os magistrados, por exemplo, têm direito a férias de 60 dias, além de indenização do período por tempo integral. Juízes federais e estaduais também têm ajuda de custo para despesas de transporte e mudança, salário-família, diárias, representação e auxílio-alimentação. Segundo informações do Conselho Nacional de Justiça, entre janeiro e dezembro de 2017, o custo desses penduricalhos foi de R$ 890 milhões apenas no Judiciário.

Questionado por sua demanda, Marcelo Bretas reagiu com vitimismo e ironia.“Sempre que penso ter direito a algo eu vou à Justiça e peço. Talvez devesse ficar chorando num canto , ou pegar escondido ou à força”, afirmou por meio de sua conta no Twitter.

Em outro post, compartilhou a nota oficial da Associação dos Juízes Federais do Rio de Janeiro e Espírito Santo (AJUFERJES), um órgão de caráter semi-sindical. No texto, o presidente da entidade classifica a notícia sobre Marcelo Bretas e sua esposa como parte de uma “campanha para tentar desmoralizar os juízes federais brasileiros”. Em matéria de teoria conspiratória, a AJUFERJES não deve em nada para o PT.

Nem Marcelo Bretas, nem Sérgio Moro, nem seus colegas da AJUFERSJES estão livres de questionamentos. É preciso sim combater a corrupção. O Judiciário independente serve para isso. Mas também é necessário acabar com o desperdício de enormes recursos públicos que acabam recaindo nas mãos de uma fração mínima do funcionalismo na forma de “direitos”. O Batman, afinal de contas, não recebia auxílio-moradia para pagar as contas da batcaverna.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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