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Sobre o caso da menina K.

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Nunca foi tão difícil manifestar minha opinião sobre um caso como este que circulou nos últimos dias sobre o caso da menina vítima de abuso.  Talvez por que não é fácil sustentar um ponto de vista sem fazer o que todos já fizeram: usar a tragédia da menina para justificar suas opiniões ou verdades.  Todos que foram lidos, ouvidos ou assistidos manifestaram suas retóricas com sólidas, inquestionáveis e inabaláveis certezas – pelo menos para eles mesmos. Opinar diante dessa desprezível situação a que foi submetida a pequena vítima é no mínimo um exercício de egoísmo, pois o caso pode envolver um conjunto de elementos que não chegaram ao público.

Houve um pecado, um enorme atentado contra a civilização.  Tal atrocidade se chama individualismo.  Fechados em nossas casas, com nossas famílias seguras e felizes, não temos tempo ou interesse para de maneira eficaz nos preocuparmos com o que acontece com milhares, senão milhões de vítimas de abuso infantil por pedófilos que diariamente satisfazem seus desejos mais sombrios violando, abusando e traumatizando tantas crianças por aí.  Esperamos que autoridades tomem as providências; as autoridades por sua vez aguardam por leis e legisladores se esquivam, pois dizem que o povo não vê isso como uma prioridade, num ciclo interminável de retroalimentação de desculpas.

Permitimos que a pequena menina fosse estuprada durante quatro anos, permitimos que seu torturador se beneficiasse de fragilidades legais, para que, impunemente, se mantivesse em liberdade, mesmo já condenado por tráfico, e continuasse a molestá-la.  Até aí ninguém notava, ninguém foi ajudá-la, ninguém quis ouvi-la.

Milhares de mulheres são estupradas a cada ano e, mais uma vez, pouco fazemos efetivamente para punir e amedrontar tais criminosos, para que não mais se sintam confortáveis em continuar fazendo isso.  Muitas engravidam e apenas garantimos o direito ao aborto; não fazemos mais nada para garantir que outras pequenas vidas que são interrompidas deixem de o ser.  Parece que o aborto passa a ser algo do qual não somos cúmplices.  Sim, é um direito da vítima, e deve o ser, mas isso não isenta a culpa de existir.   Se o pecado de tirar a vida não é da vítima do estupro, não quer dizer que este não exista.  A culpa e o dolo disto são de todos, é da sociedade que permita que a violência sexual continue a atingir tantas mulheres.

E quando agrupamos tudo num só caso? Numa pequena menina de dez anos, vítima de estupro que engravida? Como loucos, facções sociais com ideologias distintas emergem raivosas, lutando pelo direito de abortar da menina ou de preservar o direito a vida do feto, também inocente e já desenvolvido, num estágio que por si só seria apto a viver já fora do útero materno.

Erramos, politizamos, tentamos usar a menina, sim! TODOS usamos ela também, a pobre vítima de um crime hediondo, que foi tema de notícias, de opiniões de “especialistas”, de religiosos, de feministas, de abortistas, de cosmopolitas.  Parecia que cada um desejava usar tal tragédia para sustentar suas ideias.

Pensando, lembrei-me de Jesus quando disse “que atire a primeira pedra quem nunca pecou”.  Não desmereço a discussão sobre aborto, sobre o direito da mulher, do direito à vida do feto, do trauma de ser mãe quando não se deseja, da banalização do significado de ser humano. Porém, devo dizer que não era hora de ninguém, absolutamente ninguém se manifestar.  Devíamos estar todos unidos ao redor do hospital sem opinar, quietos com um a vela acesa, esperando que Deus a inspirasse e a todos lá dentro, para que a decisão certa fosse tomada e que garantíssemos que, neste caso singular, toda a sociedade culpada pelo seu comodismo, humildemente pedindo desculpas, suportasse a difícil, qualquer que fosse decisão tomada.  Para mim, a única capaz e que deveria ter o direito de jogar uma pedra seria a pequena K.

*Guilherme Krahl é médico, cirurgião cardiovascular de Passo Fundo.

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A instabilidade emocional é o custo imediato da democracia

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Dom Beltrand, numa palestra em Caçapava/SP, em 1992, à Fundação Nacional do Tropeirismo, falou de estudos que mostram os efeitos nocivos da democracia para a população têm o mesmo efeito daqueles sobre os filhos que são criados em núcleos familiares instáveis, com brigas, insultos, violência. A alternância democrática, a cada quatro anos, causa feridas que, logo quando sanadas, voltam a se formar.

Quando assisti ao vídeo acima, poucos anos atrás, esse argumento pareceu bastante sensato. Em 2018, por exemplo, quantos foram aqueles que, aos prantos, ficaram horrorizados com a vitória de Bolsonaro: homossexuais diziam que seriam perseguidos, feministas temiam o recrudescimento da violência contra a mulher, corruptos apavorados com presas. Por todos os lados, uma choradeira democrática sem precedentes. Todos esses temores, obviamente, não se confirmaram.

Agora, o cenário é outro. Lula candidato é como aquele sujeito que vai a uma festa somente para importunar aqueles que querem se divertir. Sua presença nas eleições é sinônimo de algazarra. A esquerda gosta dessa bagunça, da agitação, da insegurança, do terror. Lula visita traficantes, justifica pequenos furtos de delinquentes, promete abertamente caçar os seus opositores, se restar vitorioso. A direita e os conservadores que se preparem.

Numa recente entrevista de Leonardo Boff, um esquerdista da velha guarda que se posta como líder espiritual, afirmou com todas as letras que conversa seguidamente com Lula e que o discurso do descondenado é moderado. Sim, “moderado”. Se ele vencer, de acordo com Boff, o bicho vai pegar. Eles falam isso abertamente e muita gente custa acreditar.

A democracia nos custa, a cada dois anos (levando em consideração as eleições municipais), muitas noites de sono. Ponto para Dom Beltrand. Mesmo que Lula perca, a dor de cabeça foi muito grande.

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Eva Lorenzato: “No Brasil e no mundo, as pessoas reconhecem o trabalho do PT”. Tchequinho não poupa

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Já se passou o tempo em que defender ex-presidiários era sinal de imoralidade. Eva Lorenzato é uma amostra destes tempos

Lula esteve na Europa recentemente. A agenda incluiu o presidente da França, Emmanuel Macron, o futuro chanceler alemão Olaf Schulz, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que disputará as eleições presidenciais francesas, o ex-premiê da Espanha José Luís Zapatero e o prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz. Na Espanha,  com o atual premiê espanhol, Pedro Sánchez.

Em Madri, Lula participou na quinta, 18, da abertura de um seminário de cooperação multilateral e recuperação em um cenário pós-Covid-19. Na ocasião, defendeu a quebra de patentes de vacinas para ampliar a igualdade no acesso aos imunizantes.

Em Paris, o ex-presidente foi recebido no Palácio do Eliseu com honras de chefe de Estado por Macron, um desafeto de Bolsonaro. Ao francês, Lula defendeu uma nova governança global e discutiu ameaças à democracia e aos direitos humanos. E por aí vai…

Eva Lorenzato (PT) não perdeu a oportunidade de enaltecer a participação do ex-presidente no cenário europeu. Para ela, o mundo inteiro reconhece o trabalho do Partido dos Trabalhadores e do PT: “Muito orgulho nós temos do estadista que Lula está sendo”. Veja:

Tchequinho (PSC), que não poupa críticas para se referir ao ex-presidente: “Ficou 16 anos saqueando o Brasil, e agora fica dando palestra dizendo que vai resolver os problemas do país”. Veja:

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Candeia critica fala de Toffoli sobre Poder Moderador e semipresidencialismo no Brasil

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Durante o 9.º Fórum Jurídico de Lisboa, o ex-presidente do Supremo afirmou que hoje o Brasil vive um “semipresidencialismo com um controle de poder moderador que hoje é exercido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta verificar todo esse período da pandemia”. O evento foi organizado pelo supremo magistrado Gilmar Mendes.

Para Candeia, essa afirmação é o mesmo que dizer que houve uma mudança constitucional sem a participação do Congresso Nacional. Veja:

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