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Passo Fundo

Dez anos depois de mandar passo-fundenses enfiarem adesivo no c*, ex-vereador recebe homenagem na Câmara

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Roque Letti (Pastel Noel) ficou famoso no país inteiro após brigar com os criadores do movimento “Passo Fundo – Capital dos Buracos”, em 2011

Muitos que votarão nas eleições de 2022 pela primeira vez tinham apenas 9 anos de idade quando boa parte da cidade de Passo Fundo se revoltou contra o então vereador trabalhista Roque Letti, também conhecido como Pastel Noel. Vamos contar esta história para quem não conhece.

Passo Fundo era administrada por Aírton Dipp, companheiro de partido de Roque Letti. Na época, a cidade vivia com problemas nas ruas; um deles era o péssimo estado das principais vias da cidade, cheias de buracos. Com a situação, alguns munícipes se organizaram e criaram um adesivo com o slogan “Passo Fundo – Capital dos Buracos”. A moda pegou, combinando com o início da popularidade das redes sociais.

Um dos adesivos da época, com a fictícia Associação dos Moradores Indignados de Passo Fundo.

A campanha foi crescendo e com ela a indignação de Roque Letti. No entanto, as críticas do então parlamentar não foram direcionadas à prefeitura, mas para os criadores da campanha. Na tribuna, o edil soltou o verbo em uma sessão no mês de setembro de 2011:

“Mas eu tenho, não sei se uma queixa ou o quê, hoje eu vi um adesivo em um carro, Passo Fundo Capital dos Buraco. Que eu não sei se alguém gosta ou não gosta disso, mas isso pra mim é uma aberração. Isso pra mim é uma vergonha, eu que sou passo-fundense. Não pelos buracos, mas por essa pessoa irresponsável que carrega no seu carro um adesivo desses. Eu acho uma baixaria, uma baixaria! Essa pessoa que carrega ou quem tá fazendo isso devia era cuidar do seu buraco. Ou talvez botar esse adesivo lá. Não no carro para os outros tarem vendo e levar Passo Fundo sendo motivo de chacota. Passo Fundo que é capital nacional da literatura, o principal centro médico da região, a capital do Planalto! Eu acho que eles acham bonito. Menosprezar, diminuir a nossa cidade de Passo Fundo. Aí eu me lembrei lá no… há muitos anos atrás que tinha aquele adesivo, Brasil, ame-o ou deixe-o. Uma pessoa no mínimo dessas tem que estar descontente com a vida, pra não dizer que tá levando alguma coisa em casa, né? No mínimo. Né? Tem que ser. Só pode. Porque menosprezar a cidade onde mora, onde cria seus filhos, onde seus filhos estudam… diminuir para capital dos buracos. Por que que não coloca Passo Fundo Capital Nacional da Literatura? Não é muito mais bonito? Será que é só por oposição ou é por frustração mesmo? No mínimo tem que ser. No mínimo tem que ter algum problema. E na gíria, no mínimo tem que tar levando né? Só pode ser um… né? Não tem outro tipo. Não tem. Isso é um descalabro, Não interessa se tem ou não tem. Tem buraco? Tem. Agora, andar com adesivo à mostra, achacalhando Passo Fundo, aonde essa pessoa trabalha, tem família. Mas o que que é isso, tchê? Será que nós, passo-fundense, temo que conviver com isso? Isso tinha que ser associação dos calhordas e frustrados. Que estão fazendo isso. E essa é a minha indignação, senhor presidente. Se não quer, vá embora de Passo Fundo.” (sic)

O vereador ainda tentou dar satisfações sobre as declarações na Sessão Plenária do dia 28/09/2011, mas falou pouco: o plenário lotado de manifestantes indignados impossibilitou qualquer discurso inteligível. O feito se repetiu no dia seguinte, com mais protestos no local. Em entrevista ao Jornal do Almoço no dia da crise, Letti disse que “talvez tenha se exaltado”, estava defendendo a cidade e ainda assumiu que Passo Fundo tinha sim buracos. Indagado se teria efetuado quebra de decoro, negou.

O caso acabou viralizando e foi citado em diversos canais da internet. Recortes do pronunciamento postados na rede passaram das 100 mil visualizações (para 2011 era muita coisa). Para se aprofundar no espírito do tempo, basta uma rápida procura por “Roque Letti” no Youtube.

A legislatura acabou, os ânimos se acalmaram e Roque Letti tentou outra vez a Câmara em 2012. Apesar de bem votado (2.051 votos e na 12ª posição geral), não entrou por conta do cálculo da legenda. Para efeito de comparação, naquela eleição o vereador Ernani Laimer (PPS) foi eleito com 809 votos.

Briga: um mês depois da crise em Passo Fundo, Santa Rosa reinvidicou para si o título de capital dos buracos. Não há registro de moção de repúdio de nossos vereadores sobre a ousada campanha da “Terra da Xuxa”.

Em 2021, Roque Letti é homenageado na Câmara

 

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Com solicitação do vereador Evandro Meireles (PTB), a Mesa Diretora da Câmara concedeu o título de Vereador Emérito de Passo Fundo para Roque Letti. A cerimônia foi realizada em Sessão Solene no último dia 14 de dezembro. Os destaques da homenagem podem ser lidos no site da Câmara, neste link. Abaixo, vídeo do Youtube com a íntegra da sessão.

Parece que as realizações do homem público Roque Letti abafaram este triste capítulo da sua história. De verdade: não há menção ao ocorrido nas manifestações. Para o cidadão passo-fundense mais novo ou mais velho, também é difícil encontrar os registros do passado recente da Câmara. O site tem links para transcrições das sessões à partir do ano de 2015, mesmo ano do vídeo mais antigo (e oficial) disponível no Youtube oficial da casa.

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Passo Fundo

Em votação dividida, vereadores reprovam subsídios às empresas de transporte

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A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade.  Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo

A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.

Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.

Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?

Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.

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Passo Fundo

Dinheiro para a COLEURB: Pedro Almeida mandou um projeto ridículo, horrível e vergonhoso para a Câmara de Vereadores

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Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas

Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.

Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).

Veja também: Prefeito Pedro Almeida quer dar dinheiro para a COLEURB. Você concorda com esta farra? e Subsídio para COLEURB é um verdadeiro saque ao dinheiro público.

Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.

“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.

Coletiva sobre o PL 107/2022. Foto: Câmara de Vereadores de Passo Fundo.

Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.

Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.

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Passo Fundo

Passo Fundo terá nova edição do evento “O Despertar da Direita”

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O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural

Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.

A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.

A Constituição Federal não foi rasgada.

Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.

O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.

Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?

Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.

Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link:

https://chat.whatsapp.com/J5L4i4nUfREJfm6JEsExCy

Divulgue para seus amigos interessados. Precisamos nos unir.

O Despertar da Direita

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