Entre em contato

Passo Fundo

ESPECIAL: a indústria da multa mente para os passo-fundenses

Publicado

on

Dados solicitados pela Lócus ao DETRAN mostram a realidade sobre a indústria da multa no município e desfazem alguns mitos sobre o trânsito local

Recentemente, o DETRAN-RS atualizou as estatísticas sobre as multas emitidas em todo o Rio Grande do Sul, colocando Passo Fundo como a cidade que mais multa no interior do Estado. Logo após a divulgação, alguns meios de comunicação correram para classificar o motorista de Passo Fundo como o pior entre os gaúchos.

Do lado da Prefeitura, autoridades seguem em um discurso parecido, criando justificativas para a fortuna que recebem por conta das multas com ações de educação que resultam em melhoras nos índices. É uma espécie de “multamos muito, mas está tudo bem e segue o baile”.

Em entrevista para a UPF TV, no dia 4 de março de 2019, o secretário Municipal do Transporte e Segurança Pública, João Darci Gonçalves da Rosa, foi indagado sobre o perfil do motorista multado na cidade. O questionamento, reproduzimos a seguir:

Taís Rizzotto (UPF TV): A gente sabe que Passo Fundo é uma cidade pólo, recebe motoristas visitantes de toda a região, do Oeste de Santa Catarina… tem como saber, em relação aos multados, qual é o percentual de pessoas de Passo Fundo e veículo emplacado em Passo Fundo e ou fora da cidade?

Secretário: Não tenho como levantar isso, é bem complicado, pelo número elevado de multas, mas eu posso dizer que a maioria das multas, logicamente é do município porque a nossa frota ela é grande né? 135 mil veículos já no município. Claro que temos também um índice relativamente alto por que nós recebemos muitos visitantes no município que é… eu não saberia responder hoje proporcionalmente o que é que daria isso né, percentualmente para Passo Fundo e pessoas de outra região.

O secretário responsável pela área não poderia estar mais errado na questão das multas. Nós solicitamos ao DETRAN os dados das infrações cometidas na cidade nos anos de 2016, 2017 e 2018, classificados pelos tipos de infrações e cidade de origem do veículo. Os dados são impressionantes: nos três anos, o número de veículos multados em Passo Fundo que são oriundos de outras cidades, estados e até países sempre foi superior aos locais. Os carros emplacados aqui ficaram com 45,38% (2016), 43,60% (2017) e 43,41% (2018) das multas. O quadro com as 50 cidades mais multadas na capital do Planalto Médio é o seguinte:

 

Multas em Passo Fundo

A lista dos TOP 50 origens dos veículos multados em Passo Fundo.

 

Carros de Santa Catarina lideram com folga o ranking dos mais multados depois de Passo Fundo, seguidos por Erechim, Porto Alegre, Marau, Carazinho, carros do Paraná, Caxias do Sul, Tapejara e do estado de São Paulo.

Ainda sobre os números, o DETRAN RS aponta que a frota em circulação na cidade de Passo Fundo é de 127.356 veículos em 2019, contra 126.910 de 2018.

Passo Fundo é realmente a cidade que mais multa no Rio Grande do Sul, mas os infratores são em sua maioria de fora, passando pela cidade rumo a outros locais (paradas para uma refeição rápida ou até um pernoite) que levam para as suas casas em empresas o presentinho da cidade, ao passarem por uma lombada acima da velocidade permitida ou sinaleira sem conhecer as armadilhas das multas, mapa este que ainda não está fixado na mente de muitos passo-fundenses.

Então, não é correto afirmar, apenas pela liderança no ranking das multas no interior, que o passo-fundense é o pior motorista gaúcho, depois de Porto Alegre. O dado só significa o óbvio: Passo Fundo é a que mais multa no interior. Multa todo mundo.

Principais multas emitidas em Passo Fundo: velocidade é a galinha dos ovos de ouro da administração, mas em queda livre. Há que se considerar um breve período recente quando o sistema ficou fora do ar para a troca de fornecedor. As multas emitidas por “pessoas de carne e osso” ficam em um número bem menor.

Quando números, governos e mídia tradicional se juntam, o melhor é sempre pensar duas vezes antes de formar opinião sobre determinado assunto. Assim como a TV costuma mostrar variações em números absolutos de acidentes nas rodovias para endossar tese de sucesso ou insucesso em políticas públicas – sem ao menos passar perto da divulgação do número de veículos que passaram pelas estradas – é preciso muito mais informação para determinar o comportamento do motorista passo-fundense. Só para citar algumas fontes de dados necessárias: a contagem de carros que passaram ao longo dos anos pelas lombadas (o número de medições de velocidade regular e irregular), o comparativo de incidentes em cidades com traçados e malha urbana similares e até mesmo o clima e fatores econômicos.

No gráfico acima, a quantidade de multas emitidas ao longo dos anos nas maiores cidades do interior gaúcho: alguma coisa aconteceu depois de 2013. 

Em uma época na qual se fala tanto sobre cidades inteligentes, inteligência artificial, carros autônomos e internet das coisas, abordagens sem compromisso com a verdade são, logicamente, inaceitáveis.

Gostaríamos de agradecer ao DETRAN RS pelo rápido atendimento da solicitação de informação, via Transparência do Governo RS. Outros dados já publicados pelo órgão e usados neste texto podem ser acessados neste link: Levantamentos estatísticos (DETRAN RS).

Não esqueça de ler também: Empresa investigada pela Polícia Federal vai faturar mais R$ 2 milhões em Passo Fundo.

 

Passo Fundo

Em votação dividida, vereadores reprovam subsídios às empresas de transporte

Publicado

on

A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade.  Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo

A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.

Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.

Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?

Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.

Continue Lendo

Passo Fundo

Dinheiro para a COLEURB: Pedro Almeida mandou um projeto ridículo, horrível e vergonhoso para a Câmara de Vereadores

Publicado

on

dinheiro para a coleurb

Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas

Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.

Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).

Veja também: Prefeito Pedro Almeida quer dar dinheiro para a COLEURB. Você concorda com esta farra? e Subsídio para COLEURB é um verdadeiro saque ao dinheiro público.

Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.

“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.

Coletiva sobre o PL 107/2022. Foto: Câmara de Vereadores de Passo Fundo.

Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.

Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.

Continue Lendo

Passo Fundo

Passo Fundo terá nova edição do evento “O Despertar da Direita”

Publicado

on

O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural

Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.

A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.

A Constituição Federal não foi rasgada.

Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.

O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.

Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?

Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.

Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link:

https://chat.whatsapp.com/J5L4i4nUfREJfm6JEsExCy

Divulgue para seus amigos interessados. Precisamos nos unir.

O Despertar da Direita

Continue Lendo

Mais Acessados

Copyright © 2021. Lócus Online.