Entre em contato

Passo Fundo

Algo a esconder? Lei do vereador Dalla Lana quer proibir gravação nas aulas

Publicado

on

Muitas discussões rondam o tema da violência nas escolas. Muitos fatos são noticiados em número significativo pelo país, e não só os alunos acabam sendo alvo dos próprios alunos, como também os professores. São ameaças, agressões e outras formas de violência. Preocupado com a situação, o vereador Dalla Lana (PTB) protocolou projeto para estimular o debate e coibir as práticas. No entanto, uma alteração recente pode ter tirado do projeto o sentido originário, levando a discussão por outros caminhos.

Trata-se, portanto, do PL 94/2018, agora com Substitutivo para “adequar” a redação. A ideia inicial era a de institui o Programa de Prevenção à Violência contra profissionais da Educação da Rede de Ensino do Município de Passo Fundo, quando do exercício de suas atividade laborais. 

O Programa tem como objetivos: I – estimular docentes e discentes, famílias e comunidades para a promoção de atividades de reflexão e análise de violência contra profissionais de ensino; II – adotar medidas preventivas e corretivas para situações em que Profissionais do Ensino, em decorrência de suas funções, sejam vitimas de violência ou corram riscos quanto a sua integridade física ou moral; III – estabelecer, em parceria com a comunidade escolar, normas de segurança e proteção de seus educadores como parte integrante de sua proposta pedagógica; IV – incentivar os discentes e participarem das decisões disciplinares da instituição sobre segurança e proteção dos Profissionais de Ensino; V – demonstrar à comunidade que o respeito aos educadores é indispensável ao pleno desenvolvimento da pessoa; VI – viabilizar campanhas educativas na comunidade escolar e na comunidade em geral.

Ainda, o texto aponta que “constituem medidas de segurança, de proteção e prevenção de atos de violência e constrangimento aos educadores, entre outras eventualmente criadas pelos órgãos competentes, o afastamento temporário do infrator, conforme gravidade do ato praticado bem como a transferência do infrator para outra escola, a juízo das autoridades educacionais” (sic).

Para uma leitura desatenta, a proposta parece importante para apoiar o trabalho dos profissionais na área da educação. No entanto, o que parece equivocado são os dispositivos seguintes…

No art. 4º, por exemplo, proíbe-se expressamente “a captura de imagens, gravação de vídeo, áudio e assemelhados no ambiente escolar, bem como sua divulgação, por qualquer meio, salvo autorização expressa e por escrito do Profissional da Educação”. Justifica-se ao afirmar que a intenção seja a de “preservar a integridade, a imagem e a privacidade dos profissionais de Educação”. Pergunta-se: se um aluno estiver agredindo um professor, no momento do ato, outro qualquer deverá pedir autorização para o professor arriscando perder a prova da agressão? Isso parece completamente irresponsável do ponto de vista normativo (diga-se, ainda, do bom senso).

Já o art. 6º determina que, “caso comprovado ato de violência contra o profissional de Educação que importe em dano material, físico ou moral, responderão, solidariamente a família do ofensor, se menor, o ofensor e a instituição de ensino”. Estaria a Câmara de Vereadores legislando em matéria de responsabilidade que está acima da sua competência? Isso porque, de acordo com a redação do art. 22, I da Constituição Federal, compete privativamente à União legislar sobre direito civil e penal. Os Estados podem legislar sobre questões específicas relacionadas ao tema, mas somente se autorizados por lei complementar. No entanto, neste ponto, a Constituição não menciona os municípios. Ainda, em matéria de educação, de acordo com o art. 24 da CF, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre o assunto. 

No Programa Lócus Online do dia 2 de abril deste ano,  fiz comentários sobre o projeto, alertando que, embora o tema fosse de suma relevância, o texto apresenta uma série de inconsistências do ponto de vista normativo. Grande parte do texto era formada por tópicos que já estavam presentes na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Além disso, o vereador acatou as sugestões do CMP para inclusão de cláusula que impede os alunos de gravar ou filmar o professor, salvo se tiver autorização. O debate, de qualquer forma, não pode ser compreendido apenas como “uma tomada de posição” para ser favorável ou contrário ao projeto; requer, portanto, critérios de constitucionalidade pontuais para sua análise.

Muitos juristas, em defesa da liberdade do professor, afirmam que a Constituição Federal determina que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”. Outros se valem da Lei de Direitos Autorais (9.610/1998) quando estabelece que a gravação de uma pessoa depende de sua autorização expressa. Outros tantos dizem que os professores são respaldados pela liberdade de cátedra, tratando-se, assim, de um valor fundamental do professor, pois a liberdade de ensinar não precisa ter de passar pelo crivo dos alunos ou dos pais. Estes argumentos, entretanto, não parecem consistentes quando se está em jogo a proteção das crianças e dos adolescentes.

De acordo com o art. 37, caput da CF, a Administração Pública está sujeita ao Princípio da Publicidade. A transparência se impõe sobre a sala de aula, que é uma repartição pública quando amparada pelo Estado. Não há qualquer justificativa razoável quando a ideia é o controle dos atos públicos, pois o Estado também deve ser fiscalizado.

Também, é importante destacar que a gravação ambiental é aceita como meio de prova processual, mesmo sem o conhecimento da outra parte. O STF já declarou a licitude da medida. Se mesmo em matéria penal admite-se o uso da prova, não poderia ser diferente num ambiente escolar, onde ocorre parte do aprendizado que o estudante levará para a vida.

Algumas dúvidas que poderiam ser respondidas pelo vereador Dalla Lana: 1) Como poderão os pais fiscalizar o que está sendo ensinado em aula?; 2) O que o sindicato dos professores quer esconder do público em geral?; 3) O que os professores estão fazendo em sala que não pode ser divulgado?; 4) Como fica a proteção das crianças e adolescentes quanto ao que está sendo ensinado?; 5) O vereador que limitar o poder constitucional da educação de que tem direito a família?. O projeto, que pode ser lido na íntegra AQUI, não possui uma justificativa razoável para a sua aprovação. Parece, assim, uma medida populista para dizer “a lei existe, mas o seu cumprimento não é problema meu”. 

Embora muitos acertos sejam creditados ao vereador Dalla Lana, sobretudo à fiscalização do poder público, certamente há um equívoco em ceder à pressão dos sindicatos dos professores para alteração do projeto que será votado na próxima segunda-feira (17). A medida poderá causar uma série de prejuízos ao ambiente escolar no Município, sobretudo se impedir que meios de provas sejam utilizados para a melhoria do sistema de ensino. Os sindicatos não estão preocupados em melhorar a educação do país, e isto já está óbvio para quem já investigou o assunto. A assessoria do vereador foi orientada a não incluir o dispositivo no projeto, mesmo assim submeteu à votação. Agora, portanto, é por conta e risco do parlamentar: quem segue orientação de sindicatos pode estar muito distante da compreensão dos problemas da educação nacional, sobretudo do seu município.

 

Passo Fundo

Em votação dividida, vereadores reprovam subsídios às empresas de transporte

Publicado

on

A medida estava sendo amplamente criticada pelos setores da sociedade.  Na dicotomia “salvar o sistema público de transporte” e “controle dos gastos públicos”, prevaleceu o segundo

A pandemia veio como uma avalanche sobre a economia brasileira. O “fique em casa, a economia a gente vê depois” mostrou ser mais um jargão politiqueiro do que uma solução para a crise que se instalava não só na saúde, como nas finanças como um todo: empresas fechadas, setores com baixa demanda, demissões em massa. Isso sem contar naqueles que, amparados pela força estatal, submeteram empresários a prisões forçadas ou vendo seus negócios lacrados por agentes de saúde. Um fiasco.

Consequentemente, a conta um dia viria. Sobre o setor de transporte público, é evidente que seu uso depende de que o resto esteja em pleno funcionamento. A pandemia diminuiu consideravelmente os números do setor. Com restrições, as pessoas se obrigaram a valer de outras formas de locomoção. Com muitos desempregados, o Uber e outros aplicativos se tornaram opção para muitos. Uma corrida de Uber, em muitos casos, estava “pau a pau” com uma passagem de circular urbano, o que prejudicou ainda mais as finanças de empresas como a Coleurb e a Codepas, de Passo Fundo.

Na Câmara de Vereadores de Passo Fundo, em regime de urgência, de autoria do Poder Executivo Municipal, o PL 107/2022 queria garantir cerca de R$ 8 milhões para as duas empresas municipais. Para uns, a medida não implicava “apoio às empresas”, mas a “salvação do setor público de transporte urbano” – muitos já não caem nessa conversa. Para outros, a pandemia afetou quase que a totalidade dos empresários e setores da economia, sendo injusto o destino de tanto subsídio concentrado em duas empresas. E as demais, como ficam?

Por 11 votos contrários a 9 favoráveis, o subsídio foi reprovado.

Continue Lendo

Passo Fundo

Dinheiro para a COLEURB: Pedro Almeida mandou um projeto ridículo, horrível e vergonhoso para a Câmara de Vereadores

Publicado

on

dinheiro para a coleurb

Estes três adjetivos deram o tom da entrevista coletiva concedida pelos vereadores da oposição em Passo Fundo, sobre o Projeto de Lei que quer subsidiar a Coleurb e a Codepas

Os vereadores da oposição chamaram a imprensa de Passo Fundo para uma coletiva nesta quarta, 7 de dezembro. A apresentação foi liderada pela vereadora trabalhista Professora Regina, que conduziu com maestria o evento responsável por esclarecer a posição dos oposicionistas sobre o PL 107/2022 e escancarar o amadorismo do Executivo no envio do pobríssimo texto para a casa, em regime de urgência.

Também participaram da coletiva os vereadores Ada Munaretto (PL), Rufa (PP), Ernesto dos Santos (PDT), Eva Valéria Lorenzato (PT), Tchequinho (PSC), Gleison Consalter (PDT), Rodinei Candeia (Republicanos) e Sargento Trindade (PDT).

Veja também: Prefeito Pedro Almeida quer dar dinheiro para a COLEURB. Você concorda com esta farra? e Subsídio para COLEURB é um verdadeiro saque ao dinheiro público.

Existem dois grupos distintos de vereadores contrários ao subsídio entre os oposicionistas: os que não querem dinheiro público na mão de empresas privadas de qualquer maneira e os que não querem liberar os valores sem uma melhor transparência e garantia de contrapartidas, como prestação de contas e manutenção dos empregos. No primeiro grupo, destacam-se Ada, Tchequinho e Candeia.

“Ridículo e horrível” foi a definição dada pelo vereador Gleison Consalter para o projeto, destacando que várias empresas foram afetadas pela pandemia, não apenas as de transporte. “Vergonhoso” ficou a cargo de Tchequinho, que lembrou das dificuldades habitacionais na cidade, como nas ocupações na região do Bourbon, e agora “querem dar dinheiro para a Coleurb”.

Coletiva sobre o PL 107/2022. Foto: Câmara de Vereadores de Passo Fundo.

Nota-se que o prefeito está queimado com este grupo de vereadores. O chefe do executivo mandou um projeto ruim para a Câmara, o que gerou a elaboração de diversas emendas na casa que agora recebe insinuações de má-vontade, de estar “trancando a pauta” e até usando o caso para objetivos eleitorais de olho em 2024. Insinuações repudiadas com veemência e pronunciamentos inflamados de Ada e Candeia.

Coleurb e Codepas provavelmente receberão este dinheiro, mas não será tão fácil como pretendia a prefeitura e o grupo político que comanda a cidade desde 2013. O povo de Passo Fundo terá que sofrer mais um pouco até o segundo capítulo desta novela, com a licitação do transporte público de fato. Este, só Deus sabe quando sai.

Continue Lendo

Passo Fundo

Passo Fundo terá nova edição do evento “O Despertar da Direita”

Publicado

on

O evento está previsto para o próximo dia 6, às 19h, na sede do Sindicato Rural

Na sua 4ª edição, o evento “O Despertar da Direita” contará com a palestra “Para onde o STF está levando o Brasil“, do vereador Rodinei Candeia (Republicanos), no Sindicato Rural, em Passo Fundo.

A seguir, é possível ver o texto de divulgação pelos organizadores do evento, além de link para inscrição. No card, logo abaixo, é possível visualizar mais informações sobre horário e endereço do local.

A Constituição Federal não foi rasgada.

Foi rasgada, pisada, queimada… E agora está sendo reescrita.

O Supremo Tribunal Federal (STF), que deveria servir ao povo, revelou-se uma quadrilha que, a cada canetada, coloca mais uma algema nos punhos da população.

Onde isso vai parar? Que Brasil estamos deixando para as próximas gerações?

Após 3 anos em silêncio, O Despertar da Direita está de volta. Para ajudar a lançar luz em um momento tão obscuro, faremos o primeiro de muitos encontros. Neste, teremos uma palestra sobre o tema Para onde o STF está levando o Brasil?, com o convidado Rodinei Candeia.

Sua entrada é 100% gratuita, mas pedimos que confirme sua presença entrando no grupo oficial do evento, tocando no link:

https://chat.whatsapp.com/J5L4i4nUfREJfm6JEsExCy

Divulgue para seus amigos interessados. Precisamos nos unir.

O Despertar da Direita

Continue Lendo

Mais Acessados

Copyright © 2021. Lócus Online.